Essa não é mais uma carta de amor 

São pensamentos soltos traduzidos em palavras 

Pra que você possa entender 

O que eu também não entendo  

(O que eu também não entendo - Jota Quest)

Hoje acordei lembrando dessa música e quantas vezes me peguei escrevendo algo pra você, sem nem mesmo entender o que eu estava escrevendo. Sem entender meus próprios sentimentos, sem saber nada, nem quês, nem por quês. Quantas vezes escrevi sobre o amor que sentia, sem saber nem que amor era esse. Para mim, era apenas amor. Amava você como se nada mais no mundo pudesse deter tanto a minha atenção, o meu cuidado, a minha alegria, o meu carinho. Lhe amava com a certeza de que nunca mais sentiria algo semelhante por outro alguém. Apesar da minha imaturidade da época - beirava os meus 15 anos na época - já tinha tantas certezas incertas. Hoje, aos 21, reafirmo que nunca senti nada por alguém como senti por você. Após anos lutando para esquecer um amor tão grande, consigo sobreviver sem você, mas ainda há em mim vestígios de algo tão grandioso. Lhe amei com a certeza do Sempre, e hoje, posso dizer que sim, nunca lhe esqueci, e nem pretendo esquecer. O primeiro amor de uma menina, quando ela já é uma mulher, permanece vivo em sua memória, e mais ainda no coração. Hoje vivo coisas muito diferentes do que pude experimentar sentir por você, mas nem assim posso dizer que o esqueci completamente, e acredito que nunca esquecerei. O primeiro amor, de fato, é inesquecível. Já, inclusive, lamentei, nunca mais ter me apaixonado, amado alguém, como o amei, mas não lamento mais; tenho a plena certeza de que o que senti não foi em vão. Há em mim, algo muito vivo, que não me deixa desistir de amar novamente. Não tenho aquela esperança de que um dia possa lhe reencontrar e talvez viver aquilo que não foi vivido, isso não cabe em mim, hoje. Mas resta a certeza de que nunca deixei de lembrar do seu sorriso, da sua bobeira de menino, da sua simplicidade... Do amor que senti e guardei em mim.


Magda Albuquerque