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Coração. Batidas. Uma, depois outra, e outra, e outra. Intensidade.
Enquanto o mundo lá fora parecia ter entrado em modo alerta, dentro de mim o coração apenas seguia seu fluxo. Batidas e mais batidas. E um silêncio interno.
Uma voz suave ressoava em meu peito, me convidando a olhar para o lado. Foi quando me deparei com o espelho e observei o quanto as mudanças aconteceram, de dentro pra fora e vice versa. Tantas transformações diante do espelho e nenhuma palavra que pudesse descrevê-las.
Um suave movimento em meu ventre me transportou para alguns meses atrás, quando em mim morava apenas uma pessoa. Hoje moram duas e um infinito. Os movimentos continuaram e eu me mantive em silêncio, observando. Era apenas a vida passando diante dos meus olhos, mas também era a vida se reinventando em mim.
Batidas, movimentos.
Enquanto isso me vi em expansão. Já não sou mais eu, somos nós. E o silêncio que passa a residir em mim é de contemplação, da existência de um amor sutil, sereno e crescente.
É curioso pois ainda não nos conhecemos, mas eu sinto seus movimentos e você sente os meus, um a um. Assim, uma conexão profunda se estabelece, sem uma única palavra. Aquele barulho ensurdecedor que parecia existir aqui fora, finalmente se aquietou, e consigo ouvir e sentir tudo, mais intensa e verdadeiramente.
Um sorriso silencioso. Mais batidas. Mais movimentos. E parece que só agora, tudo faz sentido.
Magda Albuquerque