Se minha vida fosse um filme, obviamente que eu desejaria que fosse um romance inglês de Jane Austen. Amores sofridos, suados, dolorosos, mas com um toque sutil de sofisticação, com classe e também um pouco de mistério que ninguém é de ferro. A danada da Jane tem a mania de surpreender nos finais. Quem diria que nem ela teria o seu tão idealizado 'final feliz'? Se nem ela teve, imagine eu, mortal?! Pois é, puro romance Austen.

Pra dar um toque ainda sofrido, vamos adicionar um punhado de Les chansons d'amour, cantar Charlie Delta, sofrer de amor, mas amar de novo e de novo e de novo. Porque amor é assim: acontece, mas se refaz, se renova. Amor não morre não, gente... Continua.

Em alguns momentos, eu iria querer um Brilho eterno de uma mente sem lembranças e esquecer uma porrada de coisas doídas que já me aconteceram. Mas como boa sofredora que sou, depois me arrependeria de ter apagado as tristezas e no fundo do coração eu iria querer viver a experiência de acordar e poder lembrar dos erros e acertos da minha vida.

Depois de tanto sofrimento e melodrama barato eu encarnaria a Bonequinha de luxo e responderia magnificamente a um Eu te amo, com: - Thanks. Audrey Hepburn, sua diva, obrigada por isso.

Em seguida, sairia por aí, em uma busca interior intensa, como em Comer, Rezar, Amar porque eu não consigo não estar em contato com o que há de mais profundo em mim, por mais doloroso que seja. E eu buscaria uma experiência pessoal com Deus, para me descobrir e encontrar um equilíbrio, porque na verdade é isso que eu vivo em busca.

Eu seria uma eterna defensora de A vida é bela, acreditando que é possível libertar o imaginário até dos pesos de uma guerra; é possível transformar o sofrimento, a agonia em poesia, em experiências lindas, pra uma vida inteira. Eu acredito em sonhos, acredito em possibilidades, Little Miss Sunshine.

Eu sou apaixonada mesmo, pela vida, seus prazeres e desprazeres. Eu sou fã de romance barato que se encontra nas esquinas da vida, acredito em grandes amores, mas isso só é possível depois que se descobre que amar mesmo, a gente só ama depois de se amar inteiramente. Isso tudo, Across the universe.

Magda Albuquerque