Te dou meu poema sujo
15:57
Senti as piores coisas quando, por ironia do destino, te vi com ela. Inveja, arrependimento, medo, agonia, insegurança. Meu mundo caiu. Me vi perdida, desarmada. Toda poética do amor que um dia nasceu de nós dois, vi descer pelo ralo junto com as lágrimas de alguém que perdeu um grande amor.
Te vi ir embora, com um sorriso, naquela noite chuvosa, de mãos dadas com ela. Com ela, e não comigo. Arrancou de mim o sorriso e o sono. Até o meu orgulho me deu um fora, fiquei sem nada. Fiquei sem ti. E tu? Com ela.
Recordei da carta que te escrevi, apaixonada, mas decidida a te deixar seguir, livre. Não, ela não é mais verdadeira. Eu não quero te deixar seguir sem mim, eu quero que tu voltes, para mim. É insuportável te ver com ela, sabendo que até algum tempo atrás, pedistes tanto para que eu voltasse para o calor do teu abraço, pro teu aconchego, e eu orgulhosa não cedi.
Eu te quero ao meu lado, por mais complicado que seja manter esse amor. Mas é amor, e do nosso amor entendemos muito bem, das nossas loucuras. E eu te peço, agora, com esse gesto de arrependimento profundo, que volte para o nosso lugar. E em nome de tudo o que já escrevemos juntos, eu te dou o meu poema sujo, borrado, de dor, de arrependimento, de saudade.
Magda Albuquerque
Desafio Blogueiro #04
4 comentários
Ai, doeu. Doeu por ter a Adele cantando ao fundo e doeu porque eu acho que um texto assim, tão real, deveria chegar ao destinatário. É preciso dar vazão aos sentimentos e ver no que dá.
ResponderExcluirGostei, mesmo triste.
Beijo, gêmea!
Você não imagina o quanto de verdade tem nesse texto. Foi um tapa na minha cara, o que pensei de imediato pra esse tema. Acho que por isso demorei tanto a escrever.
ResponderExcluirBarra demais!
Beijo, gêmea linda!
A tristeza das palavras só não sobrepõe a sua beleza!
ResponderExcluirParabéns!
Obrigada, Cristiano.
ResponderExcluirSeja bem vindo!
Beijo =*