Ontem comecei a ler um livro que há um tempo esperava para ler: Tempo de esperas, do Pe. Fábio de Melo. Comecei a me identificar com cada trecho, cada reflexão. Percebi que sou uma pessoa de tempos apressados, de necessidades urgentes, e muitas vezes anseio por ver o tempo passar para obter algumas resoluções que para mim são prioridades. Mas tenho aprendido que o tempo deve ser melhor administrado, de fato um tempo de esperas. 

Tenho medido um pouco mais a grande necessidade que minha alma tem de se libertar. De fato, é uma liberdade objetiva ou muito mais subjetiva? Descobri há pouco que preciso me reconectar com espaços tão meus, muito mais do que buscar outros para chamar de meu. Se eu alcançasse o inverso, ainda assim estaria presa às mesmas questões das quais anseio me libertar.

O livro, logo no início já aborda essa pressa em alcançar tantas coisas, que nos faz perder o chão, e também a chance de vivenciar verdadeiramente tudo aquilo que surge durante a vida. Passar correndo pela vida, com os olhos em uma meta demasiadamente distante, de nada nos serve, ou serve somente para nos fazer chegar lá na frente e lamentar quanta coisa foi vista com olhares apressados.

Estou aprendendo que preciso acalmar as minhas inquietações e esperar o tempo de cada coisa. Quando for o tempo, cada coisa se colocará no lugar, sem pressas. Mas não é fácil. Não acontece: Ah, vou parar de ter pressa e tudo será lindo, Ok. Não, é uma luta constante. Passo por irritações, angústias, choros, madrugadas insones, e muitas outras coisas, afinal, sou humana.

Ainda não terminei de ler o livro, mas vale mencioná-lo aqui, pois ele surgiu no momento exato em que eu preciso trabalhar em mim todo esse tempo, manso ou apressado. Tempo de esperas. Tempo para cada coisa, em seu lugar.

Magda Albuquerque