Tudo é simples e calmo visto de cima

18:02


Algumas pessoas morrem, todos os dias. Algumas dessas perdas nos doem, outras não. Pessoas de perto e de longe se vão. Pessoas amigas, pessoas desconhecidas. Pessoas conhecidas de todos, pessoas em comum. Por toda a parte, a temática morte é uma constante, queiramos nós ou não, aceitá-la.
Hoje, uma estrela partiu para brilhar em meio a esse céu iluminado que nos protege todas as noites. Não alguém que eu amasse, próximo a mim. Mas alguém comum a muitos jovens, que ouviram suas canções e melodias, revoltosas e amorosas. Poesia eternizada em versos suaves e de grandes verdades. Protesto e Doçura, juntos.
Chorão, que seus versos acompanhem tantas juventudes como as nossas, que pudemos ouvir o que você tinha a dizer e crescemos desenvolvendo uma consciência para além das normalidades.
Não sou de prestar homenagens a pessoas pelas quais não desenvolvo um afeto, portanto, tenho obrigação de me despedir desse artista que despertou minha juventude, que embalou noites e mais noites de minha jornada adolescente.
Mais do que suas loucuras, dependências, que sua humanidade e consciência sejam provocadoras. Não precisa ser exemplo para ninguém; sua história de vida não precisa ser revisitada e criticada. Basta apenas que sua poesia se eternize, em mim, em nós. Agora você pode permanecer apenas em versos, afinal tudo é simples e calmo visto de cima.


Magda Albuquerque

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2 comentários

  1. Acabei de postar um texto falando do Chorão. É interessante a mobilização que a morte dele está causando... uma perda triste.

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  2. Acabei de abrir no teu blog, gêmea. Eu senti, de verdade. Me veio à cabeça tantas e tantas músicas, em tantas situações da minha adolescência. Muito triste!

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