O que aprendi em 2013

22:47


Mais um ano vai chegando ao fim, e com isso aquele velho clichê de pensar em tudo o que aconteceu ou deixou de acontecer. Não que isso não aconteça comigo durante o ano inteiro, mas faço questão de reavaliar um ano que se passa e tudo o que me aconteceu no decorrer deste.

Ao chegar ao fim de 2013 olho para trás e para os lados, e vejo crescimento. Não aquele velho crescimento pessoal e profissional - também - mas sobretudo, vejo o quanto cresci internamente. Amadureci o que venho precisando há anos. Na verdade, me conheci muito mais dos que nos meus 23 anteriores anos. E para amadurecer, a gente trava uma batalha gigante, tanto com o mundo externo como com o mundo interno. Trata-se de um duelo constante entre forças opostas, mas que na verdade precisam se complementar. Tendo dito isso, preciso dizer que não foi fácil, não foi ausente de dor; foi e está sendo difícil, e doloroso, mas tem valido tão a pena, tem surtido tantos efeitos maravilhosos em minha vida, que nenhuma dor é capaz de me distanciar da pessoa que hoje estou me tornando, por dentro e por fora. Estou chegando bem perto da minha essência, pura e simples, do que preciso ser.

Nesse ano também aprendi muito sobre valores. Na verdade, aprendi sobre o que de fato é valorizado, por quem, como e quando isso é recíproco. Entendi que amizades se desfazem com a mesma naturalidade como surgem, e não por isso deixam de ser aquilo que nasceram para ser; alguns amigos partem, e deixam suas marcas na história, e por mais que o coração teime em não aceitar, isso faz parte do ciclo natural da vida. Hoje, sinto isso com mais propriedade, e encaro as partidas com amor e mais leveza, pois alguns amigos precisam seguir seus rumos, e a cobrança da permanência não é saudável nem para um nem para outro. Amizade é via de mão dupla, e não única; ambos devem querer e precisar um do outro. Insistir em manter o inevitável de partir é burrice, é sacrifício desnecessário, e dói, porque é pedir decepção diariamente. E isso entendi apenas nesse ano, e hoje abro meu coração para que os amigos que precisam partir possam ir, sossegados, pois comigo deixaram amor e muitas histórias lindas para contar sempre.
Mas alguns amigos também vem e ficam, e fazem a vida mais bela, mais doce, menos sofrida. Algumas pessoas chegam para nos permitir voar e ter um ninho para voltar; para cair ao chão e ter duas mãos suaves e fortes para nos segurar e levantar. Hoje tenho poucos amigos, mas tenho, na verdade, aqueles que de fato se importam comigo, independente de quaisquer circunstâncias; tenho amigos que são amigos para além do tempo, da distância, das palavras, dos silêncios, das ausências... Tenho amigos que apenas o são e cumprem sua jornada, também me permitindo cumprir a minha, em ser a amiga que precisam que eu seja, afinal cada pessoa precisam de um pedacinho de mim diferente de outra, e esses pequenos pedaços constroem a inteireza necessária a mim e a outros.

Além disso, 2013 me ensinou a ser mais forte, me ensinou algo muito próximo do que chamam de plenitude. Hoje me sinto mulher, psicóloga, filha, amiga, irmã, cunhada, madrinha, prima... De uma forma muito mais integrada. E isso acontece porque parei de "engolir sapos" e simplesmente aprendi a expressar minhas verdades e percepções, e isso me ajuda a integrar as partes de mim que muitas vezes se calava para permitir que outros tomassem posse dos meus pensamentos, sentimentos e ações. Hoje eu decido o que faço de mim e comigo; hoje eu assumo aquilo que penso, que sinto e que faço, sem desgastes e muitas dúvidas; tomo as rédeas de um eu teimoso e inquieto que viveu muito tempo errante, mas hoje encontrou e se aconchegou em sua casa dentro de mim.

E muito mais que tudo, aprendi a ser grata, pelas transformações vividas, pelas dores sentidas, pelas superações alcançadas, pelos desafios lançados e vivenciados, pelas chegadas e partidas, pelas pessoas queridas, pelo amor sentido e vivido, pelas descobertas, pelas dúvidas e medos, por tudo... Pela Vida! Sou grata por cada passo que dou, concreto e subjetivo, porque cada um representa as vezes em que precisei dar o segundo e arriscar, porque nunca sabemos onde a estrada vai dar. E essa estrada da vida é surpreendente; pode até machucar, mas revigora e energiza, e me dá vontade de viver muito mais para me surpreender e amadurecer, como houver de ser.


Magda Albuquerque

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