Olhares cruzados, telefones trocados, mensagens, sorrisos, sentimentos, alegrias, encontro. Sem aviso, uma chegada. E o que sei de você? Tão pouco e ao mesmo tempo tanto. Chega dizendo meias e completas verdades, intenso e sutil ao mesmo tempo. Sinto verdade no que fala, no olhar. Olhar. Olhar sereno, repousa em mim, envergonhada, acanhada. Presença que me desperta, para a vida, para sentimentos esquecidos. Não sei o que sinto, só sei que é leve e está presente nesse sorriso sem hora nem por quê. O que pretendemos? Não sabemos, só que desejamos deixar a cargo do destino, deuses, Deus, orixás, ou sei lá mais... Da vida. Tenho vontade de compartilhar do que se passa comigo, desde inquietudes a coisas bobas, banais. E quero saber do que anda fazendo, se está dormindo bem, se está cansado. Sinto despertar essa coisa do cuidado do outro de uma maneira nunca sentida. Não sei se vamos pra algum lugar, se o que temos hoje é quase nada, ou coisa alguma. E qual o motivo de sua estrada cruzar o meu caminho?  Não sei, não sabemos. Mas desejo, desejamos, deixar que os sonhos, os sentimentos e todas as forças que estão por aí pelo universo, se encarreguem de nós. Mas sei que sorrio como menina, me alegro com pouquíssimas palavras, com olhar tão doce, de quem transmite verdade de uma forma tão leve. Não me preocupo com o que nos difere, apenas desejo que nossas diferenças se encaixem, e que esse encaixe seja agora. Amanhã não sei, mas hoje te quero perto de mim. Sem fim.

Magda Albuquerque