Ando meio nostálgica, sabe? Nem faz tanto tempo assim, mas é tão óbvio sentir saudades de você que não sei como negar tal sentimento. Parece uma eternidade o último beijo, o último olhar. Lembro com precisão a despedida e o beijo rápido porque cada um iria para um lado diferente no caminho. E não é que esse último momento se transformou na metáfora da nossa história? Seguimos caminhos diferentes, mas o que ficou aqui tatuado no coração não tem volta, não é esquecível. Não sei se me entende, porque até eu tento entender o motivo de sentir tanto a sua falta, e sempre chego a pequenas conclusões de que um pouco de tudo o que vivemos é o que sinto mais falta. 

Sinto falta das palavras bobas e sem sentido tão espontâneas que você deixava nos meus dias; sinto falta do beijo entrecortado que às vezes me tirava o fôlego e me despertava ainda mais vontade de não te largar, e também dos beijos demorados que me transportavam para outro lugar; sinto falta do abraço forte; sinto falta das caretas mais engraçadas e sinceras que já vi; sinto falta do sorriso bobo; sinto uma falta danada de saber das suas histórias, do que já viveu e dos seus planos; sinto muita falta de saber que tinha você pra contar as minhas besteiras e os meus desejos mais intensos. Sinto falta, sobretudo de ser eu mesma, porque podia ser tudo o que sempre fui, mas por receio escondia até de mim mesma.

Ando nostálgica, revisitando conversas, fotos, aqueles áudios... Tenho refeito o caminho que trilhamos e continuo me perdendo, porque não sei onde parou. Só recordo com clareza o último beijo, o último tchau, do último encontro. E tudo o mais se transforma em lágrimas de um desencontro que eu nunca esperei, e de uma saudade que passou a gritar dentro de mim, diariamente. É difícil assumir, mas sim, eu sinto sua falta. Um dia a saudade vem sem choro, mas por ora eu preciso chorar, ao lembrar do que se foi, do último adeus, e nada mais. E sabe? Nem é tristeza, é só saudade, mesmo.

Magda Albuquerque