Esse é o meu último adeus
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Imagem via Pinterest
Ao longo dos dias que passam e trazem memórias recorrentes, a dor do adeus silencioso tem se aquietado. Mesmo não querendo entender, entendi que há quem precise partir, mesmo que não se tenha intenção clara em marcar essa passagem com um ponto final. Talvez até nem seja um ponto final, mas neste momento é o que entendo como necessário para que eu possa seguir, seja em frente ou pra que lado for.
A verdade é que já não me dói mais. Não sinto doer a ausência marcada no peito pelo vazio e pelo silêncio do desconhecido. Não saber o por quê da partida me deixou em pedaços, mas como dizem: o tempo cura. E me curei. Juntei os pedaços de mim que se espalharam e sofreram, inconformados. Transformei a dor em leveza, tão necessária ao meu coração.
Continuo sem entender muito bem essas partidas silenciosas e inexatas, tão subjetivas, mas me permito aceitar em paz, para que possa viver, respirar aliviada e sorrir por aquilo que se foi, mas que ficou em mim, em minhas memórias, em minha história. Nada do que se vive verdadeiramente se apaga, por mais distante que se faça o toque, a troca de afeto e a amizade vivida e prometida. O que é palpável não se desfaz, mesmo que já não seja possível tocar. E se do outro lado já não se sente o que senti e sinto aqui, está tudo bem, estou bem. Ninguém é obrigado a retribuir.
Já ensaiei e até arrisquei mensagens, despedidas, expressar minha incompreensão, mas quando não se tem motivos pra ficar, é preciso deixar partir. E é isso que hoje me permito. Pode ir, mas eu escolhi ficar e seguir por outros caminhos. Não sei mais se um dia nos reencontraremos, mas não vou traçar meu caminho em incertezas e silêncios despreocupados. Se precisou ir embora, siga seu caminho. O meu eu conheço bem e vou continuar.
Magda Albuquerque
P.S.:Essa é mais uma carta não endereçada (talvez a última), mas necessária à quietude em meu coração. A despedida é minha, para que possa seguir sem mais me sacrificar.
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