Despedida(s)
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Imagem via Pinterest
Não sei dizer se falo no singular ou no plural. É que cada despedida tem seu modo muito distinto de acontecer, a cada vez que precisamos (não deveríamos, mas precisamos) passar por mais uma. Despedida, no singular, fala da inquietude que bate no peito, mas que mexe de um modo inteiramente inexplicável. Pode ser uma dor que aperta o peito, pode ser um choro quase infindável, pode ser uma sensação de calmaria, ou de que um furacão passou aqui por dentro. Pode ser que aconteça e não sinta nada no momento, para vir só depois, quando de fato estou só.
Despedidas, no plural, fala de nós. Fala dessa certeza incerta que nos acompanha desde sempre, que nos mantém por perto, mas que também nos impede de estarmos juntos. E pode ser como for, sempre, mas sempre mesmo, faz doer. E é uma dor inexplicavelmente gostosa. Pode parecer loucura, eu sei, mas é que eu sinto essa dor porque tenho você, porque sei que existe um nós maior que todas as despedidas que vivemos até hoje. Só há agonia porque temos um ao outro, e porque por algum motivo, nos encontramos assim, um longe do outro.
E a distância é tão pequena, mesmo que grande, porque coração não mede distância, não tem distinção de quilometragem, nem de qualquer outra forma de medir. É que o amor não tem medidas, como dizem por aí. E é acreditando nisso que estou firme, (às vezes) forte, mas muito certa de que a espera e as despedidas são necessárias por agora, até que não precisemos mais.
Um dia, muito em breve, vamos nos despedir todos os dias, para tão logo à noite, retornarmos um ao outro, e compartilhar a rotina que não irá mais nos separar.
Magda Albuquerque
8 comentários
Oxi mas esse texto casou tanto comigo e meu namorado. A gente se vê só nos finais de semana (pois cada um estuda em uma cidade) e é bem essa dor e esse anseio por compartilhar uma vida, uma rotina e nos vermos novamente no final do dia <3 também escrevi um texto sobre despedidas e gostei muito de ler o seu!
ResponderExcluirdezoitoemponto.com
Então estamos juntas. Apesar de a distância do lado de cá demorar um pouco mais a se encurtar. Mas é sempre distância e os sentimentos semelhantes.
ExcluirVolta sempre por aqui. :*
Oi Magda! Muito legal seu texto. A escrita está perfeita e o tema que você abordou é tão atual... Nos vemos cada vez mais cercados por essa tal despedida e talvez a falta de tempo e a falta da necessidade de envolvimento com as pessoas que nos cercam tenha contribuído pra chegarmos a esse ponto de nos despedirmos cada vez mais rápido das pessoas.
ResponderExcluirAs Crônicas de um Livro Viajante
Interessante como tem sempre um olhar diferente a surgir, a partir do que é escrito. Gostei da leitura que você fez.
ExcluirObrigada por vir aqui. :*
Ai Magadinha, não vejo a hora de essas despedidas acabarem para vocês <3 muito em breve isso vai acabar, e não haverá mais despedidas.
ResponderExcluirBeijos amore
Espero com muita ansiedade o fim das despedidas longas, com um amor gigante e uma vontade danada de dividir a vida!
ExcluirObrigada por esse carinho com a história de nós dois. ❤
O bom ~dessas~ despedidas é a certeza do reencontro, né? saber que tem dia e hora para matar a saudade que chega antes do beijo de tchau. E saber que tem dia e hora para deixar a saudade pra lá, de vez, abrindo espaço para outras despedidas e saudades lindas.
ResponderExcluirAmo amo amo esse amor ♥
Beijo em tu, IMENSO.
Fê do meu coração, obrigada por saber e compartilhar desse amor.
ExcluirTe amo, coisa linda!