É preciso força, fé, tempo, desapego... Todos esses clichês essenciais. Dar conta do que não se pode tocar, do que está na alma, não é uma questão de exercício mental. É questão de maturidade. Saber o momento em que será alcançada, não há como prever, mas é possível viver a experiência dos sentimentos. Em cada momento da vida, são exigidos sentimentos, para lidar com as mais diversas situações. Na medida em que irão verdadeiramente fazer parte de cada centímetro da essência, então se pode alcançar o esperado momento. Aquele em que não há uma força brutal que clama por aquilo que é querido, desejado. A alma alcança um estado de leveza nessa hora. O tempo fez sua parte, e levou o que havia para ser levado. A força para aguentar os trancos e barrancos não deixou na mão. A fé certa de que tudo se encaminharia, foi realmente muito importante. Isso fez com que o coração se desapegasse, se livrasse das amarras desnecessárias. O que é de fato essencial, não se perde. Aquilo que vai embora, vai porque deve ir. Sem mágoas, ressentimentos, desesperos, faço a despedida. Sinto-me muito leve.


Magda Albuquerque