Amanhecia e anoitecia em meio ao caos. Sentia-se completamente mergulhada em caos. Tudo era uma verdadeira turbulência lá fora, e dentro de si.  Formas concretas, exatas, sem perspectivas. Nasceu sentindo o caos muito perto de si, e assim compreendeu-se pertencente ao mundo, em caos. Não conhecia outro movimento. Esperava ansiosamente, até que aquele dia chegara - o dia em que o caos mudou de forma, de conteúdo. O caos se fez colorido, se fez radiante, e atingiu o céu. O caos se transformou, dando lugar a um encontro com o inesperado, sagrado, divino. O caos que vivia infortunado dentro e fora daquela vida, agora se fazia estranhamente diferente. Precisou se transformar. Mas o que significava? Não se sabe bem, mas interna e externamente, o caos se metamorfoseou, dando novo significado a tudo. O tão esperado momento de ressignificação. Em meio ao caos (agora transformado), tudo tomou novo sentido. Mas não qualquer sentido, e sim, O sentido. O sentido para todas as coisas, em seus lugares, em seu tempo.