Encontro
13:09
Parecia uma noite qualquer, das nossas juntos, mas naquele dia eu percebi que já não éramos mais os mesmos. Eu, que passei de incrédula e total inocência a uma mulher forte e decidida. Você, passou do seu estado não pertencimento, a um encontro, consigo, comigo, com a vida. Enfim, um momento na vida de ambos em que podíamos dizer que estávamos inteiramente mergulhados e convictos.
Cansados de correr, cansados de ir, resolvemos ficar. Não precisávamos estar neste lugar, neste momento, dessa maneira, mas decidimos que assim seria, que o acaso não nos pertencia. Na verdade, ele era a própria escolha.
Naquela noite, aquele beijo, aquele momento. Diferentes pontos de reconhecer a vida. Um dia eu, você, o tempo, as casas. N'outro dia, nós, nosso tempo, nossa vida, nossa casa. Um passo, uma escolha - destino? O começo do fim. O fim do que acaba de ficar para trás (todas as dores, agonias, desilusões, descrenças). O começo de um novo olhar, encontro, de uma vida, a dois.
Naquele espaço de tempo, entre uma dança e outra, ouvindo a música que parecia que narraria toda a minha vida, eu me encontrei com você, mas não apenas um encontro de corpo, em dança, mas algo muito mais profundo. Eu entendi, naquele momento, que o que aquela canção dizia, agora, me trazia um novo sentido para tudo.
Era o começo. O nosso começo. Talvez um novo rumo, uma nova história. Um desejo? Permanências.
Magda Albuquerque
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