A culpa é das estrelas, entre letras e sentimentos

23:39


É com essa frase que começo esse texto (não se trata de uma resenha sobre o livro, mas o meu encanto com cada trecho, cada página. A culpa é das estrelas (ACEDE), do John Green é mais que um livro, é uma verdadeira hipnose. Não vou descrever aqui do que se trata o livro, nem me deter aos detalhes da escrita, porque para mim esse livro é muito mais que isso, e pretendo aqui apenas citar o encanto que ele deixou em mim. 
Comecei a lê-lo despretensiosamente, e só consegui parar ao terminar (6 horas depois) depois de rir e chorar como se presenciasse cada passagem da história junto aos personagens. Como não se apaixonar pela Hazel? Como não amar o Gus? Como não ter vontade de matar o Van Houten? Como não ter empatia pelos pais da Hazel? ACEDE me fez pensar no tempo, tão banal, mas tão precioso na vida, e em como muitas vezes o desperdiçamos pensando e pensando, e na verdade o que mais precisamos é viver em plenitude.


Plenitude. Eis uma palavra que para mim fala muito sobre esse livro. Os personagens são verdadeiramente humanos, amplificando ao máximo  sentido dessa palavrinha. A plena humanidade de cada um, de suas dores, angústias, prazeres... Verdades tão próprias e tão vivas!

Além disso, tem ainda, em ACEDE, uma escrita deveras poética. Não a poesia rimada, nem nada disso. Mas uma leveza e ligação entre cada palavra, que somente a poesia viva é capaz de fazer. O autor poetiza as dores, os conflitos, as decisões, as atitudes, os diálogos. O livro se torna pura poesia, mas viva. E há realmente uma paixão do Gus e da Hazel pelas poesias, que alimenta o amor entre eles, que torna ainda mais apaixonante estar junto da jornada desse casal. Sim, junto, porque é impossível ler e não se sentir junto de cada um, presenciando cada cena, cada minucioso detalhe sendo observado e sentido com tamanha verdade. 



E que amor é esse que tão adolescente, é capaz de fazer o coração de tanta gente bater mais forte ao ler ACEDE? O amor de Hazel e Gus é simplesmente tão simples, tão verdadeiro, tão longe de clichês desses romantismos bobos que vemos por aí. John foi capaz de tornar os personagens tão vivos que há verdades transbordando até no amor. O amor aqui é construído, através de incertezas e receios, mas enfim construído, e acima de tudo, experimentado em cada nuance possível, apesar de também nos fazer entender que desde o primeiro encontro, há havia indícios do "apaixonamento". Era inevitável.


Não vou contar o final, de forma alguma, até porque expor aqui o meu encanto, é simplesmente um apelo para que você, caro leitor, também se aventure nessa jornada, a de ler ACEDE. Não que sua vida dependa disso, mas ao mesmo tempo, sim, sua vida depende disso, porque vai trazer de volta sua humanidade que se perde nas fugacidades cotidianas. É uma resgate da vida e seus prazeres diários, sutis. A mágica da leitura que nos transporta para dentro do livro - para viver junto a cada personagem, e sentir também muito junto deles -, aqui é plena, real.
Para mim, o reencanto pelas letras, o resgate das leituras diárias e encantadoras, que são capazes de transformar o tempo em mínimo, pois as palavras me tomam e me tornam (novamente) uma pessoa viva. E acima de tudo, ser empática com a vida, com as pessoas, com o que acontece ao meu redor, a todo momento. Talvez eu reflita um pouco a cada decisão, mas tenho certeza que me faço mais entregue ao que as estrelas decidirem por mim, afinal, se a culpa é delas ou não, ninguém nunca vai saber.


Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Ano: 2012


 Magda Albuquerque



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2 comentários

  1. ACEDE será eternamente o queridinho da massa. Eu li e fiquei exatamente assim como você: perplexa, encantada, apaixonada. Li no mesmo tempo, ri e chorei e amei cada personagem. Já comprei minha caixa de lenços para assistir a estreia do filme no cinema.

    Beijinho no ombro :P

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