Nesse mundo gigantesco (?) tem sempre alguém que vai ficar aguardando para lhe dar 'aquelas noticias'. Aquelas que desorganizam o coração, que chacoalham aquilo antes aquietado. E então você fica aguardando a pessoa exata que irá te ligar, após aquela tão esperada notícia. Aquela a qual nem era dada mais credibilidade. A esperança já se esvaziava, e então em um belo dia alguém vem e revira o seu mundo.

     E você passa a aguardar o momento em que a outra parte envolvida na história vai se pronunciar. Passam-se dias e então a ligação lhe surge como um soco no estômago. Você olha para o telefone e aquele nome parece brilhar e triplicar de tamanho à sua frente, em segundos. Nervosismo é fichinha diante do que você sente. Frio na barriga é pouco. Uma geleira se desfaz dentro de você, em milésimos.

      Mas então você atende, cruza os dedos, faz uma oração, e só pensa em ouvir 'aquelas palavras'. Você fecha os olhos e ouve aquela voz soar baixinho: - preciso falar com você. Pronto, era só o que faltava para o coração armar a maior festa, com direito a orquestra, queima de fogos, estádio lotado e uma torcida gritando freneticamente, obviamente torcendo por você. E quando desliga o telefone nem sabe mais o que respondeu, por conta do frenesi. Passada a euforia, você se dá conta de que provavelmente está diante de uma notícia que pode mudar MUITA coisa.

      Agora você está à espera da hora, minuto, segundo... Tudo cronometricamente contado, para que você encontre aquela pessoa e finalmente tenham aquela conversa tão aguardada, sonhada e tudo o mais. E agora você não cabe em si e se transborda. Pois bem, só lhe resta esperar.

Magda Albuquerque

[Aguardem a parte II desse dilema - o desfecho]