Decisão

15:11


          Estava dormindo. Estava sonhando. Tomava decisões. Acordo. Pego o telefone. Impulsiva. Disco aquele número. O telefone chama.

- Bom dia! Que bom ouvir sua voz.
- Não, não acho que seja tão bom assim. Tomei uma decisão.
- E qual foi? - ele disse quase que perdendo a voz.
- Eu desisti. Estou cansada demais de tudo isso. Eu não consigo mais ser eu e estar com você ao mesmo tempo. Sinto muito, eu pensei que ainda podia. Eu tentei. 
- Imaginei que você não fosse mais querer. Em outros tempos você teria dito sim de imediato. Eu ainda gosto de você, não esqueça. Mas a gente agora pode seguir cada um o seu rumo, não é isso?
- É sim, mas também não pense que não amo você e que tenha sido fácil isso. Apenas não consigo mais. Vai doer mais continuar do que terminar.
- É, eu sei. - e não falou mais nada.
Mudos. Terminei dizendo:
- Que a vida lhe faça feliz, que você tenha a certeza de que pode ser melhor. Você quis, e foi melhor. Amo você, esse que eu vejo agora.
- Obrigada por me ajudar a ver isso. Você é importante demais na minha vida. Um beijo grande, meu amor.

      O telefone emudeceu e então a chamada foi encerrada. Respirei aliviada, e ao mesmo tempo preocupada. Será que foi o certo? Eu não vou me arrepender? Arrisquei tanto e agora nada? Será o fim do dilema?
          Não terei respostas hoje, nem agora. O tempo vai me dizer. Mas neste momento, fui coerente comigo. Preciso acordar e respirar aliviada por ter uma vida tranquila, sem pensamentos desastrosos envolvendo um romance mal articulado. Nunca vi um amor pesar tanto. Maltratar tanto. Agora não somos mais nós, somos eu e ele. Enfim. Vida longa aos dois.


Magda Albuquerque

[Para entender melhor leia Dilema - parte I e Dilema - parte II]

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