Carinho sem fim, cumplicidade ímpar, abraço que encaixa, paz no sorriso, colo num olhar. 

Com você me sinto e me faço lar.

É uma presença constante, 

Uma alegria estonteante e um amor profundo, 

A todo instante.

Com você sou terra, céu, mar

E nesse encontro de elementos, consigo juntar

Faço das partes inteiros, e os chamo de par.

Você é meu lar,

E a você dedico minha alegria, meus sonhos e o que de mais bonito há

Pra nós dois, desejo apenas Amar.

Magda Albuquerque

Imagem via We♥It

Em teu abraço me aninho

Me embriago de carinho

Em teu colo faço ninho

E em cada instante ao teu lado

Me desalinho.

Coração bate em compasso lento

Então se transforma em tormento

Mas tem amor que é alimento

Faz da jornada uma busca

Em constante movimento.

E o disfarce perde o sentido

E o que fora escondido

Se escancara e se mostra

Um novo encontro para o que um dia foi

Um coração dolorido.

Magda Albuquerque

BEDA 28/31

BEDA 26/31

Temendo pesadelos

Esgueirou-se em meio à solidão

E acabou só.

Tola

Esqueceu que até os pesadelos são sonhos.

Magda Albuquerque



P.S.: E aí você descobre um texto salvo no bloco de notas do celular, feito em uma madrugada qualquer, e as palavras tem força, tem vida. Por isso aqui estão.

BEDA 20/31

Eu cuido

Tu mimas

Ele observa

Nós sonhamos

Vós comemorais

Eles comungam

Pois o amor é um verbo, e o cuidado é conjugado, logo, não se separam.

Magda Albuquerque

Hoje eu acordei e lembrei do tempo em que eu tinha você, por perto, comigo. E era um tempo bom, de grandes alegrias, de profundos sentimentos, de um amor tão simples. Parece que foi ontem, mas já faz tanto tempo. Entre nossos encontros e as despedidas, tudo parecia pouco tempo, porque no final das contas, estaríamos juntos, apesar de.

Percebo agora que o tempo me faz esquecer de algumas coisas, mas ainda ficou em mim a lembrança do que fomos, do que tínhamos. Hoje, tudo parece escuro, perdido, mas tenho que encontrar o que está em meu coração, porque as lembranças aqui ficam, e por mais que o tempo passe, não se vão.

Ainda tenho medo do que sou, depois de você. Na verdade, ainda não me sinto totalmente depois. Ainda há muito de você aqui, em mim, e tenho que aprender a lidar com o que virá, com a inevitável dúvida de não saber o que sentir, se não por você.

Preciso parar de procurar você nas pessoas. Não sinto dor, mas ainda não sei exatamente o que fazer. Preciso reaprender, e entender que ainda posso sentir algo, que não seja por você. Não precisa ser tudo igual, tudo assim, tão intenso. Mas preciso sentir.

Talvez, precise apenas compreender o que posso fazer com as coisas boas que ficaram em mim - que você deixou. Parece que foi ontem. Mas não foi.

Magda Albuquerque

Algumas pessoas morrem, todos os dias. Algumas dessas perdas nos doem, outras não. Pessoas de perto e de longe se vão. Pessoas amigas, pessoas desconhecidas. Pessoas conhecidas de todos, pessoas em comum. Por toda a parte, a temática morte é uma constante, queiramos nós ou não, aceitá-la.

Hoje, uma estrela partiu para brilhar em meio a esse céu iluminado que nos protege todas as noites. Não alguém que eu amasse, próximo a mim. Mas alguém comum a muitos jovens, que ouviram suas canções e melodias, revoltosas e amorosas. Poesia eternizada em versos suaves e de grandes verdades. Protesto e Doçura, juntos.

Chorão, que seus versos acompanhem tantas juventudes como as nossas, que pudemos ouvir o que você tinha a dizer e crescemos desenvolvendo uma consciência para além das normalidades.

Não sou de prestar homenagens a pessoas pelas quais não desenvolvo um afeto, portanto, tenho obrigação de me despedir desse artista que despertou minha juventude, que embalou noites e mais noites de minha jornada adolescente.

Mais do que suas loucuras, dependências, que sua humanidade e consciência sejam provocadoras. Não precisa ser exemplo para ninguém; sua história de vida não precisa ser revisitada e criticada. Basta apenas que sua poesia se eternize, em mim, em nós. Agora você pode permanecer apenas em versos, afinal tudo é simples e calmo visto de cima.

Te dei um pedacinho de mim, para que chamasse de teu. Te dei meu sorriso, meu olhar, meu abraço, meu carinho, meu amor, minha alegria, minha sinceridade. Te dei e também fiquei com um pouquinho, para sempre me reabastecer. Te dei muito, do pouco que sou. Te ofereci espaço na minha casa, na minha vida, no meu coração. Aprendi a ser dois, em um só. Nunca entendi muito bem essa matemática, mas nunca me prendi a essas confusas noções. Nunca me importei em dar sempre um pouco mais de mim, para que tu permanecesses juntinho. Me habituei, é bem verdade, com o teu olhar, com o teu jeito, com o teu calor, com o teu afeto... O teu amor. Juntos, nos tornamos muito. E isso me fez aprender a dar um pouco de mim, e nunca ficar com pouco, porque na verdade, tudo o que eu dava, tu me retribuías multiplicado. Por isso, nunca faltará um pouco para nós, ainda que estejamos sós. Existe algo em mim, que é maior; como um amor, mas que transborda. Sempre me dediquei a ser nós; a ser um, a dois.

Eu quero a sorte de te encontrar, cruzar com o teu olhar, adormecer com o teu cantar.

Eu quero a alegria de te beijar, o encanto de te abraçar, e amar.

Quero reamar cada canto do teu corpo, cada pequeno pedaço de quem tu és.

Eu quero não precisar suplicar teu afeto, e simplesmente tocar, concretamente, o amor que nos alimenta desde sempre.

Que nosso alimento seja o que de mais precioso existe entre nós, o amor.

Que o meu pulsar encontre diariamente o teu pulsar, e um novo ritmo nasça.

E que haja permanências.

Magda Albuquerque

Senti as piores coisas quando, por ironia do destino, te vi com ela. Inveja, arrependimento, medo, agonia, insegurança. Meu mundo caiu. Me vi perdida, desarmada. Toda poética do amor que um dia nasceu de nós dois, vi descer pelo ralo junto com as lágrimas de alguém que perdeu um grande amor.

Te vi ir embora, com um sorriso, naquela noite chuvosa, de mãos dadas com ela. Com ela, e não comigo. Arrancou de mim o sorriso e o sono. Até o meu orgulho me deu um fora, fiquei sem nada. Fiquei sem ti. E tu? Com ela.

Recordei da carta que te escrevi, apaixonada, mas decidida a te deixar seguir, livre. Não, ela não é mais verdadeira. Eu não quero te deixar seguir sem mim, eu quero que tu voltes, para mim. É insuportável te ver com ela, sabendo que até algum tempo atrás, pedistes tanto para que eu voltasse para o calor do teu abraço, pro teu aconchego, e eu orgulhosa não cedi.

Eu te quero ao meu lado, por mais complicado que seja manter esse amor. Mas é amor, e do nosso amor entendemos muito bem, das nossas loucuras. E eu te peço, agora, com esse gesto de arrependimento profundo, que volte para o nosso lugar. E em nome de tudo o que já escrevemos juntos, eu te dou o meu poema sujo, borrado, de dor, de arrependimento, de saudade.

Magda Albuquerque

E acordei danada a rimar.

Não entendia bem o que acontecia

Mas só tinha vontade de abraçar.

Soprei o vento,

dei um abraço no Sol.

Oh meu Deus, quanto tormento

Não conseguia largar o meu lençol.

Dei um pulo, acordei

Olhei pro céu e agradeci

Porque de todas as histórias que contei

Nunca nenhuma foi tão bela quanto a que um dia ouvi.

Ela falava de um homem que vivia de poesia

E não era fácil não.

Todos os dias ele subia o mais alto que pudia

E jogava confete e serpentina no chão.

Misturava as letras, explodia sentimentos

Chorava emocionado

Em torno de cada movimento

E se refazia a cada dia, com um sopro de alegria

Pois se sentia apaixonado.

Era realmente encantado,

Pois o que um dia foi um coração machucado

Transformou-se em melodia

Que se renovava a cada dia

Pela vontade de criar versos...

Simplesmente Poesia.

Rodopiavam no meio do salão

Embriagados em seus próprios suspiros

Apontavam para o que acreditavam

Lhes tirar da escuridão.

Tinham fome, tinham sede

Mas o que mais tinham era motivo:

Motivo para tudo

Motivo para não ser

Motivo para não estar

Motivo para não amar

Motivo para não se deixar.

Let it be, soou uma canção

Não se reprima, a outra gritou.

No final de tudo, o único motivo

Era regido

Pela dança.

Então esqueceram de tudo

E arriscaram um

Para bailar la bamba.

A companhia perfeita

Para os momentos perfeitos

É a possibilidade de encontrar-se

Com o outro, desconhecido.

A satisfação de estar vivo 

Consiste em entrar em contato

Com o humano à nossa frente,

Ao nosso lado.

É incrivelmente belo estar vivo

Percebendo que ao redor

Só estou cercada 

De pessoas que engrandecem

Minh'alma e meu coração.

É por essas e outras

Que acredito que o mundo

Só é o que é, por que existe a relação.

Relação entre um e outro,

Entre braços, pernas, olhos, pessoas.