A verdade é que eu nunca pude dizer adeus, pois nunca houve uma despedida, um motivo para seguirmos assim, tão distantes. Confesso que essa saudade dói até hoje, e não importa o que me digam ou o que eu diga a mim mesma, tentando me convencer do contrário: é saudade. 

Dói quando encontro as fotografias, quando me deparo com as lembranças de uma presença que sempre foi essencial pra mim, que me dava sentido, que era encontro e mãos dadas, todos os dias. Você sempre me fez acreditar na força da amizade, na beleza de uma relação sem cobranças e sem barreiras, que sempre foi inteira sem nenhuma pretensão de ser mais ou menos que isso. Apenas éramos encontro, amizade e entrega.

E hoje olho tudo isso com um aperto tão forte no peito, ao ver que você anda por perto vez ou outra, mas a distância entre nós é maior que um oceano, embora poucos minutos pudessem resolver isso tão facilmente. Mas as barreiras do coração são maiores do que nós podemos explicar. Agora nos resumimos a duas mensagens por ano, no meu e no seu aniversário. Embora seja pouco, eu não consigo não fazer esse contato e espero ansiosamente por sua mensagem, todos os anos. Já nem lembro mais do último encontro e do último abraço. Mas sei que dói e tanto. 

Eu queria que fôssemos muito mais do que a saudade, muito mais que mensagens, poesias, palavras e promessas que se perderam no vento. E mesmo que sem esperanças, espero. Espero um dia poder lhe reencontrar e ao menos dar um abraço, que há tanto tempo está guardado, não sei por que.

Com saudade, e o amor e carinho de sempre.

Magda Albuquerque

A agonia que não cabe em meu peito hoje ultrapassa as fronteiras da saudade. Já não sei que nome dar a isso que sinto quando me inquieto inteira, e sinto sede, muita sede de tua presença, teu toque, teu beijo, abraço e sossego. A falta que sinto de te ter e não poder, ter que ceder à espera, me desequilibra. É um querer maior, carregado de sentimentos que gritam, pulam, correm descoordenadamente dentro de mim. E eu me derreto inteira, deságuo infinitamente, por não saber lidar com essa espera que só me faz viver a ansiedade gritando, sem fim.

Hoje, eu apenas queria te ter, aqui, por perto, sem pressa. O fato de conviver diariamente com a saudade não me faz ter mais forças para suportá-la, mas, cada vez mais, querê-la muito menos. Como dar espaço para a saudade quando ela toma mais espaço do que deveria? E então eu gostaria que tudo fosse mais simples, mais fácil, mais urgente, mais real, mais palpável. Tua presença deveria ser constante, e sem pressa para ir embora, para mais uma vez se despedir. Eu te quero a todo instante, e essa agonia aqui no peito está me torturando.

É bem verdade que ao se escolher, a gente já sabia que não iria ser nada fácil, mas ninguém também imaginava que fosse cada dia mais difícil. Eu, sinceramente, esperava que aos poucos fosse me acostumando, mas não existe hábito quando o coração se aperta e quer transbordar, quando as palavras ecoam sem controle e em alta velocidade, e quando não há mais nada a falar que não envolva saudade, e o desejo infinito de estar junto, de sentir na pele as certezas que tem o coração.

Só escrevo aqui para desafogar o peito que é pura agonia, de um desejo gigante de te ter comigo, e de não mais deixar que a distância e as obrigações nos separem assim. Eu te quero comigo, porque és amigo, abrigo, colo, porto e aconchego para as dores cotidianas que fazem morada vez ou outra. Contigo junto, o desassossego se assossega e se derrama em teus braços, em uma entrega suave e que se demora, e pede morada.

*Daqueles textos cujas linhas parecem voar de tão apressadas que surgem.

Imagem via We♥It

Todos os dias sinto uma saudade gritante, uma vontade de lhe ter por perto. Me aquieto, respiro, penso e tento compreender a lógica do tempo, da vida, do amor. Mera distração para enganar o coração que pede o aconchego da presença.

Mas hoje, especialmente hoje, queria bem mais que só saudade. Queria seu abraço, seu beijo, seu cheiro, seu carinho, sua companhia, cumplicidade, amor e tudo o mais que só encontro em você e só com você posso viver. Eu tento, juro que tento esperar em paz com as circunstâncias, mas é que às vezes (nem tão às vezes assim) eu sinto urgência de você. Te quero aqui, agora, sem fim.

E essa urgência fala de um amor que espera suavemente guardado no peito, que é tão grande, que acelera o coração com a iminência da chegada, do encontro. Sinto que sua presença nos meus dias me traz muito do que preciso. É com você que tenho o que me transborda e me transforma em muito mais.

Anseio o fim das despedidas, do desencontro, da vontade de estar junto e não poder transformá-la em um encontro lindo, de vivências simples, mas que fazem todo o sentido. É a sua presença que me alegra sem motivos grandiosos, só você me basta e tudo o que é vivido junto.

Hoje eu queria muito, que fosse algo maior que a saudade, que só o amor vivo dos nossos encontros nos aquecesse o coração. O amor continua aqui e é palpável de tão real, mas hoje, especialmente hoje, lhe queria perto, para acalentar essa saudade que por vezes machuca tanto o coração e só sua calmaria acalma o turbilhão que mora aqui dentro do peito.

Magda Albuquerque

Imagem via We♥It

Minha saudade é uma pessoa. Tem nome, cheiro, cor, toque, memória, voz, olhar... Marca meu corpo, minha vida, meu cotidiano, meus sonhos, meu tempo presente-passado-futuro. 

Fico daqui torcendo pelo momento seguinte, pedindo que chegue o dia de reencontrá-lo, de sentir mais uma vez tudo isso que o marca em mim. A distância maltrata, embreaga, angustia, mas de tão forte mantém a presença aquecida e viva até que o reencontro aconteça e possamos reafirmar todas as lembranças cravadas nos sentidos.

Essa saudade me conduz, todos os dias. Me faz sonhar um tempo onde não haja mais distância e a saudade seja só a ânsia de voltar para casa e o reencontrar numa rotina nossa, onde nossos sonhos se completem e se realizem. 

Minha saudade tem gosto de mar, tem cheiro de pele, tem encanto de descobertas, tem som de jazz (ou reggae, talvez) e seu nome começa com 'A letra A'.

À minha saudade, ao meu alguém: que o amor nos mantenha em um único sentido, até o dia em que sejamos um só, juntos, todos os dias. 

Imagem via We♥It

Saudade é...

Sentir teu cheiro como se estivesses aqui

Querer ouvir tua voz a cada momento

É me acalmar com a certeza de que estás do outro lado

E me angustiar porque não estás aqui do meu lado

É querer correr pro teu abraço quando tudo parece dar errado

E também querer teu abraço pra confirmar que tá tudo certo

É fechar os olhos e sentir as lágrimas involuntárias

Também querer definir qualquer coisa e não conseguir

Saudade é bagunça constante dentro do peito

Mais que sentir falta, é ter certeza, é um querer maior que tudo

Sentir saudade e amor é como o feijão com arroz - combinação inseparável

É guardar cada detalhe, que faz parte de cada momento juntos

E não querer mais nada que não te envolva

Saudade é manter o coração vivo e inquieto, numa busca incessante por te manter aqui, do lado de dentro, a todo o tempo

E não cabe mais nada nesse espaço, que não seja saudade

Cabe apenas esta saudade, tão minha, tão sua, tão nossa.

BEDA 03/31

"Então me abraça forte

E me diz mais uma vez que já estamos

Distantes de tudo

Temos nosso próprio tempo"

Depois de ter você em minha vida, entendi o que a tal da saudade é capaz de fazer com o coração. Manter nossa relação com um tanto de distância entre nós de fato não é fácil, mas incrivelmente desde a primeira conversa, temos sido pacientes e generosos um com o outro. Essas características, desde o início já indicavam a maturidade que nos acompanha.

A saudade tem muitas nuances e acontece muitas vezes em meio à perda de alguém querido, que não tem mais volta para junto da gente. Mas, no nosso caso, a saudade é algo muito diferente. É um sentimento que aperta o peito, que faz a gente chorar quando os planos de nos vermos dão errado, é algo que nos acompanha diariamente, mas acima de tudo é uma certeza. Nossa saudade é acompanhada da certeza de que em breve (mesmo que demore) estaremos juntos, e que quando menos esperarmos, já não será necessário nos despedirmos. Porque cá pra nós, a despedida é cada vez mais difícil.

Sinto sua falta aqui comigo, mas sua presença em minha vida é tão forte que me asseguro de que não há incerteza nenhuma quanto ao 'nós' que surgiu. Meu amor, não tem nada no meu dia que eu não pense em compartilhar com você, e sei que pra você também tem sido assim. E eu quero realmente dividir meus anseios e minhas conquistas com você porque sei que pra você é como se fossem seus. A recíproca é completamente verdadeira. Acolho seus planos e seus sonhos como meus e irei sempre lhe apoiar, seja lhe impulsionando ou lhe alertando.

Mas acima de tudo, escolher alguém que vive um pouco distante não é fácil, mas vale a pena quando a gente sente que o companheirismo é maior que tudo. E quando existe de fato o amor, em sua forma mais pura, simples e real, a espera se torna mais leve. E mesmo que demore, eu sempre vou aguardar com o coração apertadinho, mas cheio de vontade de encontrar, de estar junto. E se eu pudesse escolher, não mudaria nada. Escolheria você, todos os dias, mesmo que os quilômetros nos atrapalhem um pouco. Sei que vale a pena, e sempre vai valer. Eu espero o tempo se ajeitar pra nós, pois quando finalmente conseguimos estar juntos, todos os dias separados são esquecidos e só importa o que vamos construindo nesse tempo que é todo nosso.

Magda Albuquerque

Ando meio nostálgica, sabe? Nem faz tanto tempo assim, mas é tão óbvio sentir saudades de você que não sei como negar tal sentimento. Parece uma eternidade o último beijo, o último olhar. Lembro com precisão a despedida e o beijo rápido porque cada um iria para um lado diferente no caminho. E não é que esse último momento se transformou na metáfora da nossa história? Seguimos caminhos diferentes, mas o que ficou aqui tatuado no coração não tem volta, não é esquecível. Não sei se me entende, porque até eu tento entender o motivo de sentir tanto a sua falta, e sempre chego a pequenas conclusões de que um pouco de tudo o que vivemos é o que sinto mais falta. 

Sinto falta das palavras bobas e sem sentido tão espontâneas que você deixava nos meus dias; sinto falta do beijo entrecortado que às vezes me tirava o fôlego e me despertava ainda mais vontade de não te largar, e também dos beijos demorados que me transportavam para outro lugar; sinto falta do abraço forte; sinto falta das caretas mais engraçadas e sinceras que já vi; sinto falta do sorriso bobo; sinto uma falta danada de saber das suas histórias, do que já viveu e dos seus planos; sinto muita falta de saber que tinha você pra contar as minhas besteiras e os meus desejos mais intensos. Sinto falta, sobretudo de ser eu mesma, porque podia ser tudo o que sempre fui, mas por receio escondia até de mim mesma.

Ando nostálgica, revisitando conversas, fotos, aqueles áudios... Tenho refeito o caminho que trilhamos e continuo me perdendo, porque não sei onde parou. Só recordo com clareza o último beijo, o último tchau, do último encontro. E tudo o mais se transforma em lágrimas de um desencontro que eu nunca esperei, e de uma saudade que passou a gritar dentro de mim, diariamente. É difícil assumir, mas sim, eu sinto sua falta. Um dia a saudade vem sem choro, mas por ora eu preciso chorar, ao lembrar do que se foi, do último adeus, e nada mais. E sabe? Nem é tristeza, é só saudade, mesmo.

Magda Albuquerque

Hey! Acende só mais um cigarro e me conta da tua vida. Me aperta contra teu peito e me diz palavras bobas, aquelas que não esqueci. Me segura, me dá tua mão e me leva para aquele lugar tão teu novamente. Me diz que não foi mentira, que para ti também fez sentido. Cada beijo tatuado em minha boca me conta histórias de encontros cheios de vida, de encanto, de plenitude. Tua boca junto à minha me calou os pensamentos, despertaram os sentidos. Me mostra o teu canto que em mim só ficou encanto pelas descobertas de um lugar novo, com tanto a conhecer. Te carrego em memórias que não são esquecidas, porque te encontrar me trouxe de volta a vontade de me descobrir cada vez mais. Te ter me despertou para o que há de mais silencioso em mim. Queria te dizer que nossos encontros e tudo o que foi experimentado me deixaram saudades, mas uma certeza gigante de que valeu a pena demais. Daí, acenda mais um cigarro e trilhe teu caminho. Daqui, experimento café e descubro entre letras e cores, meus próprios sentidos.

Mãos nos bolsos, coração na boca, lágrima no peito. Fora do lugar? Não sei. A saudade muda a casa, muda os móveis, muda a decoração por toda a vida, e quem simplesmente a tem, já não sabe onde deixar cada coisa. Os móveis saem do lugar, já não se sabe onde colocar cada um, e nunca, nunca parecem estar no lugar certo, ideal. A saudade tem esse poder de mexer com tudo o que há por dentro da gente, e sai expulsando sentimentos, guardando outros, e sempre a sensação de que algo não está no lugar onde deveria. Seria você? Seria eu? Seríamos nós? Onde deveríamos de fato estarmos, senão juntos? Tenho saudade dos planos todos, juntos, de olhar o futuro e enxergar um lugar comum, onde dois amigos poderiam desbravar o mundo em plenitude. Eu sinto que uma parte de mim está longe, distante de mim, fora do lugar onde deveria. Mas de uma coisa eu sei, de um lugar sei que não saiu: dentro do meu coração. O amor ainda vive, mesmo que nem saiba mais o seu lugar. E agora, me diga você: o que eu faço com essa saudade? Onde a coloco para que ainda haja um jeito de casa arrumada aqui dentro de mim? 

Lembro de você, penso no tempo. Vejo passar o tempo, vejo você passar. Procuro razões, procuro motivos, procuro erros (meus, é claro). Nada encontro. Lembro de outro tempo, lembro de caminhadas. Lembro das mãos dadas e os sonhos entregues - os meus eram seus, mas os seus eram meus? Lembro dos planos de desbravar o mundo com leveza. Penso em você, vejo o tempo passar e não lhe vejo. Vi você passar, hoje, como se fosse um desconhecido. Deixei passar, não tive coragem, você se foi (mais uma vez). Passa o tempo, passa a vida, passa tudo, mas o amor não passa e a saudade muito menos. Lembro de tudo. Me perco no tempo, me entrego às lágrimas, de um carinho sem fim que teima em se manter vivo dentro do peito. O tempo está passando, você se foi, eu fiquei aqui. Esperei, espero; esperarei? Nosso tempo passou, se perdeu. Já não existe você e eu. Vai doer, mas vou desistir. Sei que vou, e vai passar, toda dor vai passar. Encontrarei outro tempo, um que não contenha um nós, nem a saudade gritante: um tempo meu. Não sei quando, mas vai chegar. E o tempo de agora vai passar...

Magda Albuquerque

Não pensei que esse adeus demoraria tanto tempo pesando em meu coração. Não acreditei que era um adeus de verdade, no final das contas. Mas você se despediu de mim, despreocupado, e seguiu seu caminho. Eu fiquei perdida entre o adeus e o volte logo, que nunca chegou. De todas as despedidas que já vivi, nunca doeu tanto, nunca foi tão difícil. Não há lembrança, música, carta, mensagem, fotografia, que não me provoque dor, e é uma dor não apenas de saudade, mas de repúdio, pelo fim sem fim que me atordoa. E não adianta tentar me convencer, me fazer entender que acabou, que não somos mais os amigos que fomos um dia, não consigo fazer isso; mesmo tentando, ainda sinto em mim um sopro de esperança, de receber aquela ligação inesperada, dizendo que está por aqui, que quer me ver, e sairmos sem destino, jogando aos ventos a leveza da vida compartilhada. Me despedir de você me faz um mal terrível, me dói profundamente. O adeus mais doloroso, porque não consigo aceitá-lo. Entendo que nossos caminhos se descruzaram, mas dói. O nosso adeus é diário, é contínuo, e sempre irá me arrancar lágrimas, até que passe, um dia.

Magda Albuquerque

Mexendo em coisas guardadas em uma gaveta, puxei alguns jornais e revirei a bagunça. Ao olhar para o chão, vejo caída ao chão, aquela sua fotografia que achei ter perdido. Fiquei um tempo simplesmente parada, sem conseguir me mover, apenas olhando-a. Quantas lembranças surgiram naquele momento, quantas histórias e conversas.

Olhar aquela fotografia no chão do meu quarto, me fez lembrar do quanto foi bonito ter você ao meu lado. E o quando crescemos desde que terminamos; o quanto nossa relação cresceu, se tornou mais madura, mais coerente. Esquecemos aquele clima de "fuga" que vivíamos, como se o mundo inteiro não pudesse saber que éramos nós dois, que éramos felizes, apesar da loucura de cada um.

Depois de tanta agonia, de tantas idas e vindas, e de um término conturbado, mas revisitado e compreendido, finalmente experimentamos uma reação totalmente nova: carinho e cuidado, apenas. Olhar um para o outro e se preocupar se está triste, se está cansado. Sorrir livremente, brincar, falar bobagens... Hoje nós temos isso.

Achar essa foto, hoje, me fez sentir saudade. Uma saudade gostosa, mesmo que venha com um tanto de dor. Pude reviver tantas lembranças, pesar tantas coisas. Mas ficou em mim, a certeza de que lembranças machucam, as boas mais ainda. Porque eu gostaria, hoje, que pudéssemos ser o que somos hoje, mas juntos como antes. E isso me dói: ver que somos tão bons separados, como poderíamos unir tudo e ficarmos juntos.

Desafio Blogueiro #025

      Todas as vezes em que recordo seu nome, tantas e tantas coisas vem à mente de forma imediata, como uma chuva de lembranças. De tudo o que passamos, as recordações são da beleza do que foi compartilhado. 

     Agradeço pela alegria que você trouxe para a minha vida, pelo sopro de luz da sua presença. Você chegou em um momento em que eu não esperava, não queria; relutei a sua presença, mas você insistiu. Ganhou seu lugar. Eu, marcada e ferida pelas decepções do tempo, pude curar as ausências passadas com um pouco da sua presença, que logo me fez ver de novo o doce encontro que a vida proporciona. Você, homem-menino, bobo, cheio de defeitos que me ajudavam a impedir sua chegada. Mas você me fez enxergar o que eu não sabia que existia em você (talvez nem você enxergasse). Conheci um pouco daquele que o mundo inteiro diz conhecer muito, e na verdade não conhece: conheci seu coração.

     Dos pesos e medidas do que passamos, eu realmente agradeço por tudo. Você me deu esperanças, você me renovou; abriu minha guarda, descruzou os meus braços (protetores do coração) e mostrou que amor é possível, mesmo que travando batalhas. Você, só você, curou meus pré-conceitos, fazendo com que eu me preocupe mais na vivência do que no que é de conhecimento de todos. Você me desarmou e me deu amor.

     E eu amei você. Eu amo você. Eu lhe digo, de todo o meu coração, que amor não vai faltar nunca, quando lembrar de você. Não há ressentimentos, não há mágoas... Tudo o que tenho é amor. Seu significado em minha vida é amor, em tudo o que ele pode representar. Redescobri o encanto de amar e de na mais simples palavra, receber amor.

      Você, com suas bobeiras de menino-homem, me ensinou muito da vida. Logo eu, que me considerava uma profunda conhecedora da vida, me vi perdida no mundo que você me mostrou existir. Mas você segurou minha mão, sempre me fazendo enxergar o que eu não conseguia. Hoje vejo o mundo em uma nova nuance, que encontrei através do seu olhar sobre ele.

     Crescemos. Não preciso nem dizer o quanto foi bom para nós dois, em termos de crescimento. Nós melhoramos enquanto pessoas. Hoje, saímos melhorados, dispostos a dar a outros, um amor que construímos juntos. E não, isso não é de um todo triste, é muito bonito perceber que o amor que nasceu em duas pessoas, possa se multiplicar. Quem se aproxima de nós dois a partir de agora, encontra um amor diferente, um amor amadurecido, livre de pesos estabelecidos com o tempo. Encontra um amor limpo e leve, pronto para crescer ainda mais. Não somos os mesmos e não haveria de sermos, porque tudo o que foi vivido foi verdadeiro demais para ficar na normalidade.

      Sem ressentimentos, eu lhe digo para seguir. Vou sentir sua falta, mas vou desatando esses nós com o tempo, e vou levar comigo tudo de melhor que aprendi com você. Obrigada pela sua generosidade, pelo seu desapego, por sua companhia, por sua dedicação. Aprendi muito e sigo.

      Digo essas palavras, sabendo que você nunca irá lê-las, mas meu coração precisa descansar dessa saudade, precisa seguir suave. Que sejamos sempre bobos, se for para amarmos como aprendemos juntos. Nada vai se perder, vai sempre estar guardado onde nunca poderá se desfazer: mente e coração. Como nós dois: um todo pensamento, outro todo sentimento. Mesclamos os exageros e despertamos. Hoje somos melhores.

Magda Albuquerque

Era como uma bailarina com seus passos leves. De tanto sofrer, passou a firmar seus passos no chão. Aquela moça cheia de leveza foi dando lugar a uma cheia de marcas e pesos. Pesos de saudade, de ausência sofrida. A saudade deixou de ser uma companhia leve e se fez amarga. A bailarina, que com sua dança, driblava e encantava as verdades da vida, agora se encontra presa aos medos da saudade tão sofrida. Como se perdesse o bailar a cada adeus perdido no vento. Eu peço: - você que deixou essa saudade, por favor, leva dessa bailarina, essa saudade de chumbo.

Desafio Blogueiro #02

Em algum momento da vida, cada um foi para o seu lado e assim permaneceu. Mas isso não significa, de modo algum, que as lembranças se apagaram (e elas não são poucas). Recordar você é trazer um pouco mais de luz para a vida, é alimentar um sorriso, recuperar um abraço, tocar mais uma vez os olhos que iluminaram sempre o meu olhar.

De todos os segredos, conversas, bobagens, desabafos... Toda a confiança é o que concretiza a certeza de que ainda que tudo se vá um dia, houve um tempo em que tudo era muito vivo. No final das contas, o que importa é o que permanece intacto, dentro do coração, ainda que sofra alteração; mas não se desfaz.

Já havia esquecido de como era te olhar. Preciso disso para recarregar minhas baterias, ainda que por enquanto. Ainda preciso ver a tua leveza, simplicidade, o teu compromisso, a tua verdade. Mesmo que só te olhe, de lá do meu lugar, meio distante, ainda preciso de algo de você, só de você.

Você, que sempre me deu sorte e me protegeu, como um verdadeiro talismã; que me fazia acreditar que dez minutos juntos era mais importante do que uma semana inteira de saudades. Você, que me emprestou seu braço forte quando eu não me aguentava de pé. E eu, que fui o melhor que pude para fazer você também melhor; me desprendi de pré julgamentos e descobri uma doçura encantadora no seu coração.

Juntos, iluminamos um ao outro, nos protegemos, nos demos sorte, nos fortalecemos, seguimos, e amadurecemos. Eu continuo em processo de descobrimento, buscando alimentar tudo o que nasceu desse encontro e dessa doçura, transformar a minha vida ainda mais.

E de vez em quando, me permitir olhar seus olhos e seu sorriso, recarregando minhas energias, cheinhas de afeto.

Ontem, à caminho de Recife, encostei a cabeça na janela do ônibus e lembrei da minha avó. Lembranças de quando eu era muito pequena e íamos juntas à capital (eu, mainha e ela - três gerações) e eu sempre voltava pra casa com algum presente. Fazíamos algumas compras, resolvíamos algumas coisas, e ela sempre comprava algo para mim. Desde um blusa até um pacote de pipoca bem gostoso, e eu vejo hoje que todas essas coisas tinham o mesmo valor, porque era ela quem me dava - minha avó. Lembrei do caminho que percorríamos, e do receio exagerado que tenho hoje de andar de metrô, pois com elas duas eu sempre andava, sem receios. Essas lembranças desabrocham em mim uma saudade gigantesca, de tudo o que foi vivido em 15 anos, mas a minha sensação é de que ela nunca deixou de estar comigo. Cada conquista na minha vida tem o sabor de "presente para vovó"; dedico cada pequena coisa para ela, tudo o que é meu passa pela aprovação de vovó. Tenho certeza de que cada coisa boa que acontece na minha vida tem a intervenção dela lá no Céu, e cá pra nós: acho que ela perturba Jesus o tempo todo, porque eu me considero uma pessoa com muitas coisas boas na vida. As coisas ruins são inevitáveis, mas sei que ela fica lá, rezando para que eu supere e nunca desista, ela me dá forças. Das recordações da minha avó, trago apenas coisas simples, porque é assim que era ela - uma mulher simples, de princípios simples, de um amor simples - e foi assim que aprendi a ser. Minha alegria vem de coisas simples, nunca foi diferente. Posso até desejar coisas grandiosas, mas sempre são as coisas simples que me preenchem inteiramente. E diante disso tudo, eu agradeço muito por ser neta dela, por ter toda a formação humana que ela conseguiu me dar, por saber que não há morte que apague nada do que foi vivido. Minha avó está viva, dentro de mim.


Magda Albuquerque

* Foto: minha avó e eu.

Hoje eu quero dizer, mais uma vez, para um grande amigo, que a saudade que sinto ainda é grande e que aumenta cada vez mais. A sua ausência torturante, as lembranças das conversas sobre a vida, sobre nossas expectativas, as promessas de uma amizade desmedida. Tudo isso inquieta demais o meu coração, por vezes cansado de tanta desordem nessa vida.

Suas palavras me foram sempre acalentadoras, vitalizantes. E eu sinto muitas saudades do tempo em que dedicávamos muito tempo ao que chamávamos de amizade. Ainda considero, mas o que restou para você, eu não tenho conhecimento.

Chamava-o de Amigo-Anjo, pelo que trouxe para a minha vida. Todo o encanto do que vivemos, do que demos um ao outro, me fizeram crescer e entender boa parte do que hoje entendo como amizade.

Se hoje nos perdemos no tempo, não foi minha culpa. Nem sei exatamente se foi sua, ou do tempo, ou da vida, ou dos planos de Deus. Mas sei que ainda dói planejar as coisas que um dia compartilhamos ao planejarmos juntos, ao ouvir Lifehouse - nossa banda preferida, ao lembrar das palavras doces trocadas, ao perceber que você faz muita falta na minha vida.

Ainda que você nunca leia isso que estou escrevendo, ainda assim, lhe desejo todo o bem que se possa desejar, e todo o amor que possa lhe pertencer. Você sempre será um grande amigo, bem lá dentro do meu coração, ainda que existam mágoas, feridas... Mas não há nada que esteja acima da amizade, do amor que construímos. E você sempre será o meu amigo-anjo.




Magda Albuquerque