Tudo nessa vida tem um cheiro. Conheço mil e uma pessoas viciadas em cheirinho de alguma coisa. Essa semana falava com alguns amigos sobre cheiro de livros, novos ou velhos e da boa (ou não) sensação que traz.

Mas tem tanto cheiro que se carrega vida afora, que me peguei pensando um pouquinho neles.

Tem cheiro que a gente não sabe de onde vem, mas fica registrado, e ele teima em não ir embora.

Tem cheirinho de neném, que é uma mistura de talco com perfume, com amor e fofura. Uma delícia só.

Tem aqueles cheiros bem exóticos, que não dá vontade de sentir por muito tempo não.

Mas tem aqueles cheiros de gente, cheiro forte ou suave, mas que fica marcado pra sempre.

Cheiro de bolo no forno, cheiro de brigadeiro, cheiro de pipoca... Quem não gosta?

Tem cheiro de menta, de coentro, de churrasco... Bem diferente, mas cheiros inconfundíveis.

Eu gosto do cheiro do abraço. Ele tem cheiro, tem cheiro de afeto marcado. Gosto de ir embora e o cheiro ficar guardado em mim, para mais tarde lembrar do quanto eu sou feliz com os abraços trocados todos os dias.

Gosto do cheiro de almoço em família. Aquela agonia, mas aquele cheirinho de tempero de mãe ou de vó.

Tem cheiro de tinta no papel, de lápis de cor, de aquarela - é cheiro de entrega.

São tantos cheiros que não dá pra enumerar. Tem cheiro pra todo gosto e pra tudo o que há. Eu tenho tantos cheiros queridos, e outros que não gostaria de voltar a sentir. Mas especialmente, sinto cheiro de vida toda vez que me ponho a sorrir.