Saudade é agonia

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Imagem via Pinterest

A agonia que não cabe em meu peito hoje ultrapassa as fronteiras da saudade. Já não sei que nome dar a isso que sinto quando me inquieto inteira, e sinto sede, muita sede de tua presença, teu toque, teu beijo, abraço e sossego. A falta que sinto de te ter e não poder, ter que ceder à espera, me desequilibra. É um querer maior, carregado de sentimentos que gritam, pulam, correm descoordenadamente dentro de mim. E eu me derreto inteira, deságuo infinitamente, por não saber lidar com essa espera que só me faz viver a ansiedade gritando, sem fim.

Hoje, eu apenas queria te ter, aqui, por perto, sem pressa. O fato de conviver diariamente com a saudade não me faz ter mais forças para suportá-la, mas, cada vez mais, querê-la muito menos. Como dar espaço para a saudade quando ela toma mais espaço do que deveria? E então eu gostaria que tudo fosse mais simples, mais fácil, mais urgente, mais real, mais palpável. Tua presença deveria ser constante, e sem pressa para ir embora, para mais uma vez se despedir. Eu te quero a todo instante, e essa agonia aqui no peito está me torturando.

É bem verdade que ao se escolher, a gente já sabia que não iria ser nada fácil, mas ninguém também imaginava que fosse cada dia mais difícil. Eu, sinceramente, esperava que aos poucos fosse me acostumando, mas não existe hábito quando o coração se aperta e quer transbordar, quando as palavras ecoam sem controle e em alta velocidade, e quando não há mais nada a falar que não envolva saudade, e o desejo infinito de estar junto, de sentir na pele as certezas que tem o coração.

Só escrevo aqui para desafogar o peito que é pura agonia, de um desejo gigante de te ter comigo, e de não mais deixar que a distância e as obrigações nos separem assim. Eu te quero comigo, porque és amigo, abrigo, colo, porto e aconchego para as dores cotidianas que fazem morada vez ou outra. Contigo junto, o desassossego se assossega e se derrama em teus braços, em uma entrega suave e que se demora, e pede morada.


Magda Albuquerque

*Daqueles textos cujas linhas parecem voar de tão apressadas que surgem.

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2 comentários

  1. Que lindo...caiu um cisco no meu olho. Eu bem sei como é essa saudade que grita e arde. =(

    Abraço e beijo

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