Desejo

19:51

Imagem: WeIt

O dia amanheceu despretensioso, assim como qualquer outro. E ao despertar, a minha cama vazia e fria, olhei para o lado onde você sempre dormia e bateu uma saudade arrebatadora, de um despertar ao seu lado, com seu corpo quente e seu abraço caloroso, que me convidava a adormecer novamente, em seus braços. Mas, nessa manhã você já não estava mais.
Desviei aqueles meus pensamentos e despertei para a minha mais nova rotina: acordar sozinha. Mas, hoje não estava disposta a segurar meus desejos e sentimentos; queria ele, o desejava mais do que tudo, precisava tê-lo em meus braços nem que fosse a última vez.
Jantar! Achei que essa ideia daria certo. Não pensei, coloquei todos os meus sentimentos de lado, e permiti ser tomada pelos sentimentos - tê-lo era meu único pensamento. E a mensagem foi: - Vamos jantar hoje? E logo, quase que de imediato, a resposta: - Vamos!
O dia pareceu o mais longo de todos os anos... Qual a melhor roupa a usar? O que ele irá pensar?Vamos pra onde? Onde jantaremos? Quanta ansiedade. A noite chegou e eu o deixei esperando e fui me arrumar. Precisa estar impecável, linda e sexy. Precisava ser o que ele precisava naquela noite. Precisava que ele me desejasse e que não resistisse.
Durante o jantar, parecíamos dois desconhecidos, que estávamos saindo pela primeira vez. Ele me olhava com desejo e timidez. Com um risinho no canto da boca, e eu me sentia uma adolescente, esperando o primeiro beijo, aquele que me tirava o fôlego. Depois fomos à praia, e lá ele me disse que sairia definitivamente de casa. Meu corpo gelou, parecia que uma parte de mim morria. E mesmo assim, meu corpo pedia o dele. Trocamos olhares e declarações de desejos, mas desejos que precisavam ser contidos. Mas, por quê? E pra quê? À volta pra casa parecia uma derrota, parecia ter sido tudo em vão. Então, em meio a um abraço, trocas de suspiros rolaram e parecíamos dois animais esfregando o corpo um no outro e sentindo o desejo tomar conta. E mais uma vez, a razão falou mais alto e ele se afastou, mesmo desejando se afastou.
Entramos em casa em silêncio, e ele entrou no banho. Fiquei na porta do quarto esperando, não podia pensar, precisava agir. Fiquei de lingerie, e ao sair do banho o abracei com força; ele resistiu, e como se não pensasse mais me tomou nos braços, envolveu sua mão em meus cabelos e puxou. Puxou com toda a selvageria que podia. E me beijou! Me beijou como se fosse a última vez, parecia uma despedida, um desespero, um sufoco, o último grito de desejo. Jogados na cama, ele me amou, me amou com nunca, foi a melhor noite que tivemos, o desejo estava à flor da pele que queimava. Ardia feito fogo, e a vontade de tomá-lo, de possuí-lo, me deixava sem ar (respirar já não era mais necessário, eu já estava tomando minha dose diária de droga).
O tocar de suas mãos alisando o meu corpo, puxando meus cabelos, sua boca beijando meu corpo, e a cada beijo um arrepio, éramos puro desejo e luxúria. Exalávamos prazer!
Fomos ao banho e nos deitamos. E de repente ele me toma em seus braços novamente, pedindo prazer, pedindo êxtase mais uma vez. Ele me amou, me amou pela última vez, me amou como se fôssemos apenas um, me amou até esgotar os nosso desejos. Me amou pela última vez!


Gabi


A Gabi é uma convidada por aqui. 
Comenta aí que ela tá doida de curiosidade
pra saber o que vocês acharam desse texto. 

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8 comentários

  1. ÊTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! Que história paulêra. Ulalá. Dispensa comentários.Hahahahaha (6)

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    1. Minha amiga escreveu há um tempo e fiquei de publicar aqui. É um texto muito f$%&! De uma verdade que pula do peito, de uma angústia e uma memória que dá pra serem sentidas.

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  2. Essas lembranças que insistem em grudar na pele e se fazer mais presentes que a própria pessoa é uma sacanagem sem tamanho com o coração.
    Adorei.

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  5. Aiiii as lembranças, sempre nos levando a fazer merda HAHAHAAH
    Mas por outro lado quanto desejo, quanta vontade de matar esse desejo louco que não tem fim!
    Amei Magadinha linda! Beijos

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