Hoje

23:18


Hoje, especialmente hoje, iniciei e reiniciei esse texto sem ter nenhuma ideia de que palavras poderia colocar nessas linhas, logo, que ideias gostaria de compartilhar (ou simplesmente colocar) nesse espaço. Pela primeira vez, me perdi completamente por entre as palavras.
Talvez o doce encanto dos dias não seja tão pleno, não esteja tão vivo, apesar de ser eternamente grata, todos os dias, pelo amor que sinto, que recebo e que compartilho. Ou apenas eu esteja inquieta demais para conseguir organizar qualquer coisa no momento.
A verdade é que com o passar do tempo aprendi muita coisa, muita mesmo, sobretudo no que se refere às relações. Aprendi a lidar com partidas, chegadas, ausências, e até aprendi a desistir, abrir mão quando é somente isso que posso fazer. Consegui entender que quem vai, não tem menor interesse em voltar, e não sou eu que vou convencer do contrário. Ao mesmo tempo, quem quer ficar não precisa de muito. Deixei de buscar tanto, de mostrar tanto, de correr tanto atrás, porque simplesmente cansei. E o cansaço me trouxe sabedoria.
Com o desenrolar da vida muitas coisas relevei, mas também aprendi a colocar os pesos necessários nos lugares certos para não carregá-los comigo. Minha trajetória já é suficientemente minha e complexa para que precise dar conta do que o outro impõe a mim. O que mais consegui compreender em todo o percurso, é sobre mim, sobre quem sou. E me apoderei desse saber, dessa forma tão inteira de me conhecer, para não permitir mais que outros possam apontar os dedos a mim, com seja qual for a intenção de me julgar. Sei muito bem quem sou pra me deixar influenciar por quem não me conhece.
E eis algo bem interessante que também percebi. As pessoas raramente me conhecem. Elas acham que conhecem pelo que de mim reverbera nelas, pelas impressões e expectativas que carregam. Me conhecer de verdade é algo que só cabe a mim, e exige tanto para que consiga compreender tudo o que acontece. Imagine só se quem só me ouve e me olha, vai compreender o que se passa aqui dentro. Aqui dentro sou turbilhão, mas aqui fora sou calmaria. E disso, só eu sei.
Hoje, especialmente hoje, eu sei quem de fato está comigo e com quem posso compartilhar de tudo o que me acontece. Das minhas loucuras aos segredos, entre banalidades e complexidades. Sei exatamente quem me estende a mão e me oferece o coração. E é a essas pessoas que agradeço com imenso carinho, por poder experienciar trocas tão intensas e verdadeiras. Às pessoas que passam, agradeço também, por me ensinarem tanto. Sem suas partidas jamais aprenderia a me despedir.
E hoje entrego ao meu coração apenas levezas, para que possa voar infinitamente, para que a vida seja inteiramente significativa. E que hoje, amanhã e em todos os dias que virão, eu possa respirar, colocar os pés no chão e seguir em frente, porque caminhos não me faltarão nunca, e tem amor demais por essa vida pra viver. Por mim, por quem me escolheu e por quem escolhi para estar ao meu lado. Para nós: TODO O AMOR DO MUNDO!


Magda Albuquerque

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4 comentários

  1. Que saudade que estava sentindo de te ler Magda.
    E que texto maravilhoso, de uma leveza encantadora.
    Um beijo

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    1. Cami, eu sinto saudade de estar por aqui e de passear pelos blogs que adoro, como o seu. Mas a vida às vezes aperta e outras prioridades surgem. De alguma forma, eu sempre volto, e é tão bom saber que tem alguém que comemora as voltas comigo. Obrigada meu bem <3

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  2. Sempre escolho uma frase pra colocar aqui, mas dessa vez se pudesse colocaria o texto todinho!
    Apesar de tudo, essa frase : ''Talvez o doce encanto dos dias não seja tão pleno, não esteja tão vivo, apesar de ser eternamente grata, todos os dias, pelo amor que sinto, que recebo e que compartilho. Ou apenas eu esteja inquieta demais para conseguir organizar qualquer coisa no momento.'' Me identificou bastante, ultimamente parece que nada me agrada, que nada me prende, tenho estado muito inquieta, com pensamentos longe, e esse seu texto me trouxe uma leveza enorme, como eles sempre trazem, você já sabe disso hahaha. Sei o quão complicado é olhar pra'quela tela em branco e não saber o que escrever, mas fico tão feliz de te ver por aqui, já me sinto de casa e mesmo que não comente sempre ( porque meus comentários são verdadeiros textos) eu to sempre por aqui, fazendo uma visitinha, relendo e relembrando tuas palavras, obrigada por voltar, e fica por aqui, faz companhia mais um pouco, talvez um chá seria bom, não acha?!

    Beijoooo :**

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    1. Que comentário tão gostoso, Layla. Não sabe o quanto me deixa feliz. Essa inquietude tem deixado muito mais introspectiva e não estou administrando muito bem as palavras. Mas esse canto é meu (nosso) e não consigo deixar de voltar. Preciso dele como meu refúgio.
      Sempre que puder, eu volto. Talvez precise desse tempo para me (re)encontrar.

      Beijos :* e abraços bem apertados!

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