Caminhos
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Imagem via Pinterest
Encontrei um novo caminho, que pode ainda fazer com que outros caminhos surjam. Inevitavelmente olho pra trás e observo silenciosamente todos os caminhos que percorri para chegar até aqui. Tudo o que pude viver da melhor maneira possível, tudo que deixei de viver e talvez, ou principalmente, todas as escolhas que foram feitas para que pudesse chegar nesse novo caminho, me sentindo inteira.
Eu colori todos os cinzas que encontrei e transformei em experiência o que trouxe dor pra minha jornada, mas não só isso, eu ressignifiquei muita coisa até hoje, como eu jamais acreditei que conseguiria. E isso me fez e me faz mais forte, mais segura, mais certa do que faço e do que refaço em minha vida. Não que agora eu tenha encontrado todas as certezas do mundo (até por que se fosse assim, já não haveria mais sentido na vida), mas eu sei o que me toca, o que me aflige, o que inquieta, o que nutre, o que me afeta.
Caminhar por entre as incertezas, me permite visualizar com mais clareza os caminhos, embora muitas vezes a neblina do medo me impeça de dar alguns passos. Reconheço meu limite de temer alguns riscos pela necessidade de sentir meus pés no chão. Sou do tipo que precisa encontrar terra firme para poder navegar, e apesar de já ter me impedido muito, hoje percebo que na verdade, é uma forma de me projetar com o mínimo de segurança que eu preciso. Muitas pessoas não sentem essa necessidade de saber onde ancorar, mas essa minha forma de ser tem me permitido boas escolhas, embora nem todas sejam contínuas.
Quem me olha por fora pode até se
arriscar a julgar ou entender o que me faz e o que me traz aqui, mas por dentro
eu sou mil vezes mais, mais amor, mais intensidade, mais silêncio, mais eu. E
por isso sei que nesse caminhar, embora acompanhada e amparada pela luminosidade
de quem está comigo, sou inteiramente eu, para que possa fazer sentido, para
que possa me sentir em casa comigo mesma, seja onde for. Neste momento, sei bem
para onde eu quero ir e vou.
Magda Albuquerque
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