Dia desses senti uma vontade de fuçar (pela milionésima vez em toda a minha história) a coleção de discos do meu pai. São tantos, e sempre me perco de tanta alegria. Cresci ouvindo a maioria deles, e sempre pedia que meu pai colocasse alguns (eu já tinha meus preferidos). Música boa, que no começo eu nem entendia o que a maioria dizia, mas com o tempo e com o gosto cada vez maior, fui aprendendo e já podia cantar juntinho, certinho.

Lembro das vezes em que sentava no chão da sala de casa, com alguns dos discos e escolhia qual gostaria de ouvir. E a coisa mais linda que eu achava de ter que mudar o lado para ouvir o restante das músicas. Hoje em dia é tão automático tudo isso, tão evoluído, tão digital. Essa época, há alguns anos atrás, tinha toda uma mágica. Pouco a pouco foram surgindo os CD's, e desde muito pequena comecei a colecioná-los também. Mas nunca perdi a paixão pela coleção de LP's do meu pai.

Ao resgatar todo esse encanto, me senti viva novamente. Percebi que toda aquela história vivida, sentida, está bem dentro de mim e tenho memórias a resgatar com alguns discos. Algumas músicas nunca saíram da minha memória, e até hoje eu sou apaixonada. Os discos especiais de trilhas de novelas, os de seleções românticas, os de Cindy Lauper, dos Beatles, de Michael Jackson, de Paul McCartney, dos Bee Gees, A-ha, Rod Stewart, Cazuza  ... Minha nossa, são tantos!

Resolvi que preciso ouvi-los novamente e sentir essa magia da simplicidade. Menos aparatos tecnológicos, a música mais pura, mais suave... Simplesmente música. E eu posso sempre reviver essas memórias que são minhas, mas não são sozinhas, porque afinal, é a coleção de discos do meu pai.

Magda Albuquerque

Resolvi trocar meu guarda roupa. Joguei tudo no chão, mandei levar embora. Chegou outro, maior, mais espaçoso, o que consequentemente indica que nele cabe muito mais coisa do que no outro. Também, é melhor para se organizar. Mas eu não queria encher esse espaço com coisas desnecessárias.

Comecei a analisar o que ainda de fato me pertencia no meio de toda aquela bagunça. Muitas coisas eu nem reconhecia mais, tinham se perdido no tempo, no esquecimento, na falta de utilidade. Fui juntando tudo, separando por cores, por importância... Estabelecendo uma lógica própria de organização.

Tudo aquilo que não me serve mais, não guardei. Algumas coisas podem servir para outras pessoas, outras coisas o lixo as espera há muito tempo. Chega de excessos, de apegos inúteis.

- Ah, aquela calça que não cabe mais, mas que um dia vai voltar a caber! 

Se não cabe, não é minha, vai pra outro corpinho.

Assim como tantas outras coisas guardadas tendo em vista projetos de um futuro tão distante que é mais próximo do nunca. Fica somente o que é necessário, o que é importante, o que ainda faz parte de mim, o que é indispensável. 

Mandei embora caixas e sacolas cheias de vazios, de pesos desnecessários, de lembranças que não acrescentam mais em nada, recordações que já não fazem mais sentido, coisas que eu nem reconheço mais.

Guardei de forma organizada tudo aquilo que ainda me pertence, que me acrescenta, que é frutífero. Conservei também alguns espaços vazios, para o que ainda há de vir. Mas estou pronta para retirar mais excessos e dar lugar ao que ainda vai chegar, sempre que necessário.

Poderia ser somente mais uma troca de guarda roupa ou mais uma arrumação, mas não foi. 

Magda Albuquerque

*Escrito ao som de Drops de hortelã - Oswaldo Montenegro

Uma fotografia por si só conta uma história. Em cada uma há sentimento, de um momento, um acontecimento. As fotos guardam memórias, como uma caixinha onde se pudesse armazenar aquele momento fotografado, para ele nunca ter fim. A fotografia preserva a eternidade. As fotografias dão a chance de sempre rememorar aquele fato, aquele lugar, aquelas pessoas, aquele dia. É possível voltar no tempo e visualizar o que é especial. Um álbum de fotografias pode narrar uma vida, em silêncio. As imagens acompanham o decorrer da vida. Uma fotografia conta momentos, um álbum conta uma trajetória. É surpreendente reviver cada momento, através das memórias, e para isso as fotografias são como presentes, que presenteiam o cérebro por vezes falho, esquecido. A fotografia não permite que memórias sejam apagadas ou esquecidas, elas tem vida. Fotografia é mais do que olhar no espelho, é ter uma fonte que traga de volta a noção de importância que tem os momentos que cada um tem a oportunidade de viver. Você certamente tem uma vida em fotografias, e mal percebe que tem ao alcance o poder de eternidade de sua própria história. Você pode revisitar sua história, sempre. Qualquer memória pode ser registrada, qualquer momento pode ser eternizado, e o que não for, inventa, só pra ter uma fotografia.


Magda Albuquerque

Regras

11 fatos aleatórios sobre mim

1. Não gosto de pessoas que falem cutucando;

2. Sempre choro assistindo qualquer coisa (filmes, séries, até novela);

3. Não vejo a hora de ter meu cantinho e morar só, e cuidar mais de mim;

4. Faça de tudo, mas não me deixe perto de mini coxinhas, porque com certeza haverá um estrago dos grandes;

5. Recentemente adotei um caderno de desenhos, e tô amando desenhar de vez em quando, mesmo que eu não mostre pra ninguém;

6. Às vezes crio post's e vejo que tá pessoal demais, então desisto e salvo em algum canto qualquer no desktop;

7. Sou fã de Lifehouse, e não passo uma semana sem ouvir (antes era pior, não passava um dia);

8. Sinto falta de algumas pessoas na minha vida (e não sei se também sentem minha falta), mas levo a vida do jeito que ela me levar, já dizia algum pagode que escutei por aí;

9. Descobri que sou apaixonada pelos Beatles. Escutava desde pirralha, mas agora tudo tem um significado diferente, e gosto de tudo o que é relacionado a eles;

10. Não curto emprestar meus livros (sou meio obsessivo-possessiva), mas de vez em quando faço esse sacrifício pelo bem da humanidade;

11. Descobri que gosto da solidão.

Respondendo às perguntas da Lu

1. Se você pudesse ir para qualquer lugar do mundo, qual seria? Por que?

Essa é mais que fácil, e escrevo sem nem pensar: Itália. Sou simplesmente encantada com tudo o que é esse país: cultura, língua, povo, história, fotografia natural, etc; E cada vez me encanto mais com o que leio, ou descubro sobre esse lugar lindo que espero em breve conhecer.

2. Você é daquele tipo de blogueiro que vive trocando de blog ou de url? Se sim, quantos já teve?

Tive um blog antes do PsicoFlores, mas nem me lembro de nada dele, nem nome nem nada, nem conto com ele. Uma vez tentei mudar o nome e a url desse blog aqui, mas me arrependi profundamente e resgatei o original. Sou mais feliz assim. rs.

3. O que você acha que não pode faltar em um blog para que ele seja considerado bom?

Para mim, o principal é Originalidade. Se ela está presente, tudo caminha nos conformes. Nada de tentar imitar ninguém, nem plagiar nada, o que importa é ser original e ter conteúdo a oferecer. Além disso, uma organização e um layout limpo (que os gifs coloridos e brilhantes me ouçam) não fazem mal a ninguém.

4. Qual o seu personagem de livro, filme, série (ou qualquer outra coisa) favorito?

Essa foi pesada, então vou responder a cada ítem e ser feliz. 

Livro: um personagem que me instigou bastante e nunca o esqueci, é Dorian Grey, do livro O Retrato de Dorian Grey. É um personagem complexo e além de tudo, apresenta uma semelhança enorme com a história do autor, Oscar Wilde.

Filme: Chistopher McCandless, do filme Into the wild (Na natureza selvagem), por tudo o que ele ousou fazer em nome da vida que ele acreditava ser a ideal para ele, e todo o desprendimento, desafios e liberdade que ele pode encontrar.

Série: Escolho Dean Winchester, de Supernatural, porque acho ele incrivelmente divertido, sexy, humano... E tá bom por aqui.

5. Qual a coisa mais louca que você já fez?

Viver é o máximo de loucura que eu consigo, com tudo o que isso pode implicar.

6. Um gênio da lâmpada aparece na sua frente. Quais seriam os seus três desejos?

Vou arriscar menos subjetividade. Primeiro, pelo amor de Deus, me dê meu apartamento e mobiliado, se possível. Segundo, minha biblioteca linda e maravilhosa cheinha de livros, com uma cantinho pra leitura, uma janela bem descolada bem de frente para uma árvore milenar e uma luminária linda de morrer. Por último, uma linda casa na praia para meus pais viverem lá, felizes para sempre sem precisarem de mais nada.

7. Ganhar dinheiro ou ser feliz fazendo o que gosta?

Uma coisa não impede a outra, certo? Fazer o que gosta é com certeza superior, afinal já fiz muito do que gostava mesmo sem receber dinheiro em troca e pude ser feliz demais, colhendo essa felicidade até hoje. Ganhar dinheiro pode ser uma consequência. Vamos acreditar nisso, porque tá difícil, hein Lu? Haha.

8. Qual o seu objeto preferido?

Um livro é um objeto? É, né? Então é um livro.

9. Gostaria de ter vida eterna? Por que?

Acredito em um tipo de eternidade que é desconhecida, mas é almejada. Um lugar que nos espera, um céu, um paraíso, ou qualquer coisa parecida. Se for assim, eu gostaria de viver eternamente, partindo da vida na terra para uma outra, repleta de surpresas e de plenitude.

10. O que é loucura para você?

Com o tempo, descobri que a loucura é um pouco de cotidiano, é um misto de realidades. Algum tipo de desconexão entre realidade e imaginário. E também que ela é muito relativa, porque todos temos um pouco de loucura.

11. Amanhã é o fim do mundo, e agora?

Foi bom conhecer todos vocês, amei cada um, fiz coisas que gostei muito, me arrependi de algumas, pulei algumas coisas, chorei aos montes e sorri em dobro, fui feliz. A gente se encontra no Paraíso!

Ufa, pensei que não acabava mais.

Minhas perguntas

1. Entre passado, presente e futuro, o que torna o tempo diferente?

2. Se você fosse uma música, um filme ou um livro, qual seria?

3. Qual o verbo se encaixa perfeitamente em sua vida?

4. Algum livro em sua cabeceira atualmente? Qual?

5. O que tira você do lugar? O que lhe faz movimentar?

6. O que você nunca faria?

7. Um lugar preferido (mesmo que você não conheça pessoalmente)?

8. Algum momento da sua vida que merecia replay ou bis?

9. Um cheiro, som ou sensação favorito.

10. Tem uma cor ou símbolo preferidos? Se sim, o que representa?

11. Se fosse escolher um presente para você agora, não importa o quê, qual sua escolha?

And the oscar goes to...

Eu indico para:

1. Marie, do Is the top

2. Yohana, do Papel, Palavra, Coração

3. Rafaela, do Ela Rafaela

4. Cris, do Mais que laços, nós

5. Clarice, do Pó de Lua

6. Carol, do Expresso pra dois

7. Nicole, do A moça do sonho

8. Camila, do Calmila

9. Nara, do Distraído estou salvo

10. Jeff, do Ecleticus

11. Jeniffer, do Meu outro lado

É isso aí, sintam-se à vontade para fazer ou não. Dá trabalho, mas é divertido.

Quem nunca enlouqueceu ao ouvir o alerta de 'nova sms' no celular? Quem nunca se apegou a elas, a ponto de não querer apagá-las quando a caixa de mensagens lota? Quem nunca leu e releu, e releu e leu de novo a mesma mensagem só pra ter certeza de que o que leu é verdade? E a espera por uma sms como resposta a alguma coisa? Ou aguardar aquela mensagem, daquela pessoa, naquele dia importante?

Além disso, também tem os momentos da sua relação com a sms, sendo o remetente. Tem aquela hora em que você quer enviar junto com aquele texto o seu coração, suas lágrimas, seu sorriso, sua raiva. Tem aquele momento em que você escreve mil linhas, e ainda não foi o suficiente, assim como escreve duas palavras e tem dito tudo. Às vezes você envia uma sms só para lembrar alguém de que você continua ali, firme, e está por perto. Às vezes você lê alguma coisa muito legal e quer compartilhar, e o caminho mais rápido é através de uma mensagem. 

Tenho uma história pessoal com essas benditas mensagens de celular. Já passei por tudo isso citado acima. Confesso que sou uma viciada. Se houver algum grupo de apoio aos viciados em sms, por favor, me informem, porque tô precisada. Fico feliz da vida quando as operadoras me ofertam algo relacionado a mensagens; praticamente faço adesão imediata. É tão vício que às vezes é mais rápido e fácil fazer uma simples ligação, mas não, eu envio uma mensagem e fico aguardando a resposta, que às vezes é rápida, mas algumas vezes é tortuosamente demorada. Mas eu não ligo, eu espero, porque quando a mensagem chega, a sensação é super agradável.

Envio mensagens também porque às vezes eu não consigo falar, e escrever torna tudo mais fácil. Já tive que brigar pra defender minha preferência por sms, quando um pretendente (que brega. há) pedia, e praticamente ordenava que eu ligasse ao invés de enviar mensagem. Eu defendo até o fim o meu vício.

Gosto de acordar e ver mensagens novas no celular, e sorrir desconcertadamente com qualquer palavra doce que mude o meu dia. Gosto de ser a pessoa que também envia essas palavras doces que acrescenta ao dia das pessoas. Pode ser por motivo extraordinário, mas também pode ser por algo muito simples... Vou lá e envio uma SMS. 

Meu único terror é quando meu celular me manda apagar mensagens para que outras cheguem. Fico de luto, passo e repasso mil vezes pra escolher qual apagar. - Não, essa é linda demais, foi 'fulano' que me mandou 'naquele dia'. - Não, essa é muito fofa, apago não. - Não, essa eu tenho que ler de novo de vez em quando. E por aí vai. Uma vez fui trocar de celular e tinha mensagens lindas de um amigo muito especial no meu atual aparelho, e só apaguei nos acréscimos do segundo tempo, quando eu tive que vender o bendito. Já cheguei até a copiar a mensagem para não perder as palavras exatas.

VEMA - Viciados Em Mensagens Assumidos. Se ainda não existe um grupo, tô fundando. Interessados, inscrevam-se, porque o nosso caso é grave (risos).

Magda Albuquerque

E acordei danada a rimar.

Não entendia bem o que acontecia

Mas só tinha vontade de abraçar.

Soprei o vento,

dei um abraço no Sol.

Oh meu Deus, quanto tormento

Não conseguia largar o meu lençol.

Dei um pulo, acordei

Olhei pro céu e agradeci

Porque de todas as histórias que contei

Nunca nenhuma foi tão bela quanto a que um dia ouvi.

Ela falava de um homem que vivia de poesia

E não era fácil não.

Todos os dias ele subia o mais alto que pudia

E jogava confete e serpentina no chão.

Misturava as letras, explodia sentimentos

Chorava emocionado

Em torno de cada movimento

E se refazia a cada dia, com um sopro de alegria

Pois se sentia apaixonado.

Era realmente encantado,

Pois o que um dia foi um coração machucado

Transformou-se em melodia

Que se renovava a cada dia

Pela vontade de criar versos...

Simplesmente Poesia.

Rodopiavam no meio do salão

Embriagados em seus próprios suspiros

Apontavam para o que acreditavam

Lhes tirar da escuridão.

Tinham fome, tinham sede

Mas o que mais tinham era motivo:

Motivo para tudo

Motivo para não ser

Motivo para não estar

Motivo para não amar

Motivo para não se deixar.

Let it be, soou uma canção

Não se reprima, a outra gritou.

No final de tudo, o único motivo

Era regido

Pela dança.

Então esqueceram de tudo

E arriscaram um

Para bailar la bamba.

- Ouça o que acabo de ler! - disse ele, em tom de poesia.

"O amor pode nos deixar com a sensação de encantamento, mas não se perca nessa história. O amor verdadeiro nos deixa com a sensação de descoberta. Descobrimos o outro a cada vez que olhamos para ele. Você vai deixar muitas crenças para trás ao perceber que à sua frente há sempre uma pessoa nova. Arrisque amar como se fosse tudo novo. Planeje uma vida ao lado de quem você ama, mas não esqueça de enxergar coisas novas nessa vida, para que seus planos não se desfaçam no caminho. Não espere por uma alma gêmea, metade da laranja ou tampa da panela, espere alguém com vontade de estar ao seu lado, e só. No final dos desencantos do passar dos anos, a única coisa que vai importar é quem quer ficar do seu lado, apesar de. Beije-lhe a testa todas as manhãs e de vez em quando conte-lhe uma história. Não existem coisas mais simples do que essas, e é de coisas simples que sobrevivem grandes amores"...

- Eu estou sem palavras, meu bem. De onde você tirou isso tudo? - perguntou ela, embriagada com a sutileza de tudo o que acabara de ouvir.

- De lugar algum. Estava lendo, e olhei para você. Foi inevitável não deixar meu coração se expressar. Para você, não há poesia suficiente, meu amor. Tudo é sempre novidade. Olhei para você, delicadamente entusiasmada com esse trabalho que você diz lhe fazer feliz. Você me inspirou e me inspira sempre, minha querida. - respondeu ele, por sua vez, emocionado ao se dar conta dos olhos marejados de sua amada.

Sem mais a dizer, permaneceram por alguns minutos, olhando nos olhos um do outro. Ele, segurando um livro qualquer; ela, no alto da escada, onde organizava a prateleira de livros. Eles apenas se olhavam, e sabiam que era o suficiente.

Depois, seguiram o rumo de suas vidas, acelerado pelo cotidiano, mas preenchido pelas palavras doces daquele dia, que soava como um novo dia no decorrer de suas histórias.


Magda Albuquerque

Ontem, à caminho de Recife, encostei a cabeça na janela do ônibus e lembrei da minha avó. Lembranças de quando eu era muito pequena e íamos juntas à capital (eu, mainha e ela - três gerações) e eu sempre voltava pra casa com algum presente. Fazíamos algumas compras, resolvíamos algumas coisas, e ela sempre comprava algo para mim. Desde um blusa até um pacote de pipoca bem gostoso, e eu vejo hoje que todas essas coisas tinham o mesmo valor, porque era ela quem me dava - minha avó. Lembrei do caminho que percorríamos, e do receio exagerado que tenho hoje de andar de metrô, pois com elas duas eu sempre andava, sem receios. Essas lembranças desabrocham em mim uma saudade gigantesca, de tudo o que foi vivido em 15 anos, mas a minha sensação é de que ela nunca deixou de estar comigo. Cada conquista na minha vida tem o sabor de "presente para vovó"; dedico cada pequena coisa para ela, tudo o que é meu passa pela aprovação de vovó. Tenho certeza de que cada coisa boa que acontece na minha vida tem a intervenção dela lá no Céu, e cá pra nós: acho que ela perturba Jesus o tempo todo, porque eu me considero uma pessoa com muitas coisas boas na vida. As coisas ruins são inevitáveis, mas sei que ela fica lá, rezando para que eu supere e nunca desista, ela me dá forças. Das recordações da minha avó, trago apenas coisas simples, porque é assim que era ela - uma mulher simples, de princípios simples, de um amor simples - e foi assim que aprendi a ser. Minha alegria vem de coisas simples, nunca foi diferente. Posso até desejar coisas grandiosas, mas sempre são as coisas simples que me preenchem inteiramente. E diante disso tudo, eu agradeço muito por ser neta dela, por ter toda a formação humana que ela conseguiu me dar, por saber que não há morte que apague nada do que foi vivido. Minha avó está viva, dentro de mim.


Magda Albuquerque

* Foto: minha avó e eu.